(FREDERICO HAIKAL)
Os juros do crédito rotativo dos cartões de crédito parecem imunes à política macroeconômica e ao esforço do governo federal de reduzir as taxas pagas pelos consumidores. De acordo com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), o juro médio pago no Brasil, de 238,3% ao ano, é disparado o maior da América e quase cinco vezes superior ao do segundo colocado, a Argentina, com 50%.
De acordo com o coordenador do Instituto de Pesquisa Econômica, Administrativa e Contábeis (Ipead/UFMG), Wanderley Ramalho, o motivo de os juros não caírem é a falta de concorrência. “As taxas são escorchantes. Trata-se de um mercado extremamente concentrado onde poucas empresas operam”, afirma.
Felipe Leroy, do Ibmec, mostra que uma dívida de R$ 1 mil pulará para cerca de R$ 2.436 em apenas seis meses. “Neste caso, vale lembrar que o juro ganha um acréscimo de dois pontos percentuais a título de IOF e multas”, pontua.
Desde dezembro de 2010, a média do juro do cartão de crédito no país permanece em 10,69% ao mês, de acordo com dados de junho da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Procuradas pelo Hoje em Dia, até o fechamento desta edição, as assessorias de imprensa de Visa, Mastercard e American Express não retornaram os pedidos de entrevistas feitos pela reportagem.