Brasileiro quita neste sábado a conta dos tributos de 2014

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
31/05/2014 às 09:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:48
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A partir de domingo (1°), o brasileiro trabalhará para pagar as contas e se divertir. Do começo do ano até este sábado (31), por incrível que possa parecer, todo o esforço do trabalho foi destinado ao pagamento de impostos e taxas referentes a 2014.

É o que aponta o estudo “Dias trabalhados para pagar impostos”, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Segundo o documento, em 2014 o trabalhador dedicou 151 dias, ou cinco meses, aos cofres públicos, um dia a mais do que no ano passado.

De acordo com o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, o brasileiro deverá destinar 41,37% do seu rendimento bruto para pagar os tributos, percentual que no ano passado ficou em 41,10%.

O estudo ainda compara o tempo dedicado para acertar as contas com os fiscos municipal, estadual e federal com o de outros países. Na Noruega, o trabalhador fica 154 dias por conta dos impostos. Em contrapartida, no entanto, o investimento do capital recolhido pelo governo é percebido no aumento da qualidade de vida da população.

“Se incluirmos os gastos em saúde, educação e outros serviços particulares, o brasileiro destinará uma parcela ainda maior de seus rendimentos para compensar a ineficiência do governo”, afirma o presidente do IBPT.

Na Hungria, são necessários 142 dias para o pagamento dos encargos; 138 na Alemanha e 102 na Bélgica.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, mensurar a quantidade de dias necessários para pagar impostos é essencial para que a população perceba o quanto ela se dedica ao governo, seja municipal, estadual ou federal, sem ser recompensada.

Olavo Machado enfatiza que os impostos são necessários para que o governo consiga ser eficiente na gestão pública. No entanto, ele ressalta que a gestão do recurso recolhido não é bem feita.

“Temos certeza de que todos devem pagar impostos para que a qualidade de vida da população seja melhor. No entanto, o governo tem que dar exemplo para as empresas que ele lidera, e não é isso o que acontece”, diz. Sobre a reforma tributária, o presidente da entidade é enfático. “Há 30 anos a indústria pede esta reforma. Falta vontade, empenho político”, critica.

Cálculo inclui de IR a iluminação pública

O levantamento do IBPT considerou os tributos incidentes sobre salários e honorários, tais como Imposto de Renda e contribuições previdenciárias; os tributos embutidos nos produtos e serviços, como PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS e também sobre o patrimônio, como IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI e ITR. As taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos, bem como as contribuições, como no caso da iluminação pública, também entraram no cálculo do IBPT. 

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