Brasileiros super-ricos têm R$ 1 trilhão em paraíso fiscal

Amaury Riberio Jr e Rodrigo Lopes
17/09/2013 às 06:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:28

Documentos sigilosos mostram que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais. Estudo cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar a esses valores.

Riqueza offshore

Os ricos brasileiros têm a quarta maior quantia de dinheiro no mundo depositada em offshore. A investigação mostra que, desde os anos 70 até 2010, os cidadãos mais ricos de 139 países aumentaram de US$ 7,3 trilhões para US$ 9,3 trilhões a riqueza offshore não registrada para fins de tributação.

Assédio

Os brasileiros são assediados por bancos americanos para enviarem seus recursos ao exterior. Instituições como Bank of America, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank oferecem este serviço. Como esses países não compartilham informações tributárias, fica muito difícil para descobrir os donos dessas contas e taxar os recursos.

Dias contados

Há três meses, o Hoje em Dia publicou que o anonimato dos brasileiros que enviaram dinheiro para offshores estava com os dias contados. Jornalistas investigativos começaram uma devassa na vida de políticos, empresários e personalidades públicas do mundo que movimentaram recursos irregulares.

Cinco mineiros

No rol de investigados mais de 30 são brasileiros e cinco deles mineiros. O projeto da Associação Internacional Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) reuniu 86 jornalistas de 46 países que juntos analisaram mais de dois milhões de documentos sobre movimentação financeira, corrupção e registros bancários dos suspeitos do mundo inteiro.

Tesoureiro

Jean-Jacques Augier, tesoureiro da campanha eleitoral do presidente da França, François Hollande, lançou distribuidora na China com base nas ilhas Caimãs, tendo como sócio uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Já o magnata da construção civil e pesada do Azerbaijão, Hassan Gozal, controla entidades em nome das duas filhas do presidente do país.

Senadora

Uma senadora canadense depositou mais de US$ 1,7 milhão num offshore. Pagou as tarifas em dinheiro e pediu para que as comunicações escritas fossem reduzidas ao mínimo.

Baronesa

A baronesa Carmen Thyssen-Bornemisza, colecionadora de arte espanhola, utiliza offshores para comprar quadros. Um dos cinco Van Gogh que adquiriu (Moinho de Água em Gennep) foi comprado por meio de uma sociedade nas ilhas Cook

Ex-mulher

Um dos clientes de offshores nos Estados Unidos é Denise Rich, ex-mulher do magnata do petróleo Marc Rich, envolvido em acusações de fuga aos impostos por parte do ex-presidente Clinton. Denise colocou US$ 144 milhões no Dry Trust, nas ilhas Cook.

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