Brics ainda querem criar banco de desenvolvimento, diz Mantega

Raul Juste Lores - Folhapress
19/04/2013 às 20:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:59

WASHINGTON - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao fazer um balanço de suas reuniões no FMI, afirmou nesta sexta-feira (19) que os países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) continuam com seu projeto de criação de um banco de desenvolvimento e de estímulo de investimentos em infraestrutura, e que o grupo cobrou mais rapidez na reforma do FMI.

"Só faltam os Estados Unidos para a reforma do FMI se concretizar. A participação do Brasil vai aumentar no fundo, de 1,8% para 2,3% das cotas".

Ele disse que há quatro velocidades hoje no mundo. Os emergentes, que crescerão em média 5,5% ao ano; os EUA, 1,9%; a União Europeia continuará em recessão; e a reforma do FMI, "mais devagar". Ele elogiou a política monetária e fiscal expansionista do Japão. "Nós temos que comemorar quando algum país avançado adota uma política ousada de expansão monetária".

Acrescentou que "o Japão ganhou autoridade para fazer isso porque o iene foi das moedas que mais se desvalorizou nos últimos anos". O ministro ainda afirmou que esforços de política monetária voltados para objetivos domésticos são aceitáveis. Ele ressaltou que é preciso se manter vigilante em relação ao câmbio.
 
O comentário do ministro ocorreu num momento em que o Banco do Japão, banco central do país, decidiu injetar US$ 1,4 trilhão na economia em menos de dois anos para dar fim a duas décadas de deflação. Para o ministro, dado que o Japão tem longo histórico de queda de preços, o esforço para afrouxar a política monetária é compreensível.

Mantega concedeu entrevista coletiva em Washington após reunião do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo. Hoje, mais cedo, comunicado emitido pelo grupo informou que não é preciso estabelecer metas rígidas para a redução dos níveis das dívidas nacionais. Segundo ele, alguns países, especialmente europeus, defenderam a imposição de metas de déficit rígidas, mas isso não foi aceitável porque levaria à continuidade da recessão na região.

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