Cade irá investigar se Oi prejudicou concorrência ao cortar cabos da GVT

Renata Agostini - Folhapress
30/01/2014 às 14:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:41
 (Divulgação)

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BRASÍLIA - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) irá investigar se a Oi prejudicou a concorrência no setor ao cortar cabos de telefonia da concorrente GVT durante os anos de 2008 e 2009.    A empresa também é acusada pela rival de dificultar a transferência de assinantes e prejudicar seu tráfego de dados.    O Cade entendeu que há indícios suficientes de prática anticompetitiva. A decisão de instaurar o processo administrativo foi publicada hoje no "Diário Oficial".    O caso foi denunciado ao órgão antitruste pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em novembro de 2012. A agência, que regula o setor, determinou em 2009 que a Oi parasse de cortar os cabos após reclamação da GVT.    Segundo o Cade, a Justiça Federal de Brasília também proferiu decisão liminar determinando no mesmo ano que a Oi encerrasse a prática, que vinha ocorrendo em alguns Estados do país.    O episódio envolve uma disputa entre as duas operadoras sobre o contrato do chamado "compartilhamento de rede", no qual uma empresa paga a outra pelo uso de sua infraestrutura em determinada região.    De acordo com o Cade, a Oi também é acusada de provocar falhas técnicas no tráfego de dados da GVT ao alugar sua rede para a concorrente.    A denúncia da GVT diz ainda que a Oi dificultava o processo de transferência de assinantes, recorrendo a uma prática inusitada: funcionários da empresa se passavam por clientes e telefonavam para a central de atendimento da GVT, pedindo que fosse cancelada a portabilidade de números. Assim, atrapalhavam a migração de um cliente da Oi para a rival.    A GVT afirma também que funcionários da Oi chegaram a ameaçar instaladores da GVT em Salvador.    Após notificação, a Oi terá 30 dias para apresentar sua defesa. Se comprovadas as infrações, a Oi poderá ser multada no valor de 0,1% a 20% de seu faturamento, além de outras penalidades.    Procurada, a Oi ainda não respondeu ao pedido de esclarecimentos da reportagem. 

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