Camargo: recessão industrial limita expansão da economia

Fernanda Nunes e Daniela Amorim
26/02/2013 às 15:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:22

A geração mais aquecida de vagas de trabalho no setor de serviços do que na indústria explica o fato de a taxa de desemprego e a atividade econômica seguirem caminhos opostos no cenário econômico atual. Enquanto a taxa de desemprego, medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segue trajetória de constante crescimento, a atividade econômica está estagnada. A avaliação é do professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, que participou, nesta terça-feira, do AE Broadcast Ao Vivo.

"A economia cresce pouco porque o setor industrial está em recessão. Por outro lado, o setor de serviços continua com uma taxa de crescimento muito forte e o setor de serviços é muito forte em geração de mão de obra", apontou o economista.

Ele ressalta que a população economicamente ativa está em um patamar baixo, crescendo a taxas inferiores a 2% ao ano, o que também explica o quadro positivo do mercado de trabalho neste início de ano. O resultado da combinação de queda do desemprego e atividade econômica desaquecida, disse Camargo, é a queda da produtividade. Com menos trabalhadores disponíveis, são incorporados ao mercado também aqueles menos qualificados, que produzem menos.

O economista destacou ainda que existe um processo de deterioração do mercado refletido nos dados do Caged, relativo ao emprego formal. "Há processo de deterioração do mercado de trabalho que, em algum momento, deve se refletir na taxa de desemprego (medida pela PME)", destacou.
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