O industrial brasileiro reduziu fortemente sua preocupações com o câmbio, conforme mostrou nesta terça-feira a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O dólar foi o item menos citado pelos executivos de pequenas empresas e perdeu colocação importante nas de médio e grande portes, apontou o levantamento, referente ao segundo trimestre.
Para os industriais das companhias menores, o câmbio foi mencionado como um problema por apenas 3,8% dos entrevistados. Ao final do primeiro trimestre, o item foi apontado por 5,3% desse universo e, no encerramento de 2011, por 7,3% deles. Para os que atuam em empresas medianas, o dólar era considerado um obstáculo para 13,8% dos participantes no fim do ano passado, caiu para 12,5% ao final do primeiro trimestre e agora chegou a 8,8%.
Na amostragem dos executivos de grandes indústrias, a redução nos três períodos foi de 29% para 23,3% e, ao final do primeiro semestre, de 19,2%. A sondagem foi realizada dos dias 2 a 13 de julho com 1.957 empresas.
Ao mesmo tempo, os industriais mostraram que, apesar da queda em relação à expectativa de quantidade de exportações, ela permanece em nível elevado. "Provavelmente isso ocorre em razão da valorização do dólar, mas não necessariamente esse aumento das vendas vá ocorrer. Pelo menos, os dados de hoje não mostram muito isso", considerou o gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato Fonseca.
O economista salientou que a indústria não tem conseguido voltar a exportar o que vendia até a crise de 2009. "Estados Unidos, Europa e Argentina, que são nossos principais mercados, estão com dificuldades e a disputa com os produtos asiáticos está cada vez mais acirrada", disse.
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