Campo de Marte só será desativado quando houver opção a voos, diz governo

Ricardo Gallo - Folhapress
13/02/2014 às 19:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:00

SÃO PAULO - O governo federal disse que o Campo de Marte, principal aeroporto executivo brasileiro, só será desativado quando houver alternativas para acomodar os voos que podem ser tirados de lá.    Conclusão: ainda levará alguns anos para que o aeroporto deixe de funcionar. O governo federal estima que isso ocorra dentro de, no mínimo, dois ou três anos.    A considerar a previsão do governo, a desativação, se levada adiante, aconteceria no final da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). 
  Haddad quer tirar os aviões do Campo de Marte para poder erguer prédios no entorno do aeroporto, que fica na zona norte paulistana. 
  Hoje há limitação à altura dos edifícios para que os imóveis não interfiram na aproximação de aviões no local.    Prefeitura e União disputam há décadas a posse do terreno onde fica o Campo de Marte. Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu razão à prefeitura; o caso está no Supremo Tribunal Federal (STF).    "Não é uma questão simples", disse o ministro Moreira Franco (Aviação Civil), que se reuniu hoje com Haddad. "Precisamos abrir alternativas que aumentem as possibilidades para a aviação geral e executiva."    Alternativas    Das três alternativas listadas por ele, apenas uma está em vias de sair: o aeroporto privado Catarina, em São Roque, projeto da JHSF, previsto para operar em 2015.    O outro, um aeroporto também privado em Parelheiros (zona sul de São Paulo), foi vetado pela prefeitura por estar em área de manancial. Os empreendedores argumentam que o movimento do aeroporto será pequeno - e dizem que a obra é legal.    Por trás do projeto estão André Skaf, filho de Paulo Skaf, e Fernando Augusto Botelho, da família que controla a Camargo Corrêa.    A terceira opção é um aeroporto em Caieiras, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro mas sem cronograma definido.    Outra questão que preocupa o governo é a perda de receita da Infraero com o aeroporto. Mas esse assunto, segundo os dois lados, ainda não foi discutido.    A estatal administra o Campo de Marte e tem perdido receitas com a concessão à iniciativa privada dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Ainda neste ano, Galeão e Confins também passarão a ser geridos por empresas privadas.    A visita de Moreira Franco causou certo desconforto na prefeitura. A audiência inicialmente pedida era para falar dos aeroportos da Copa. Foi surpresa para o estafe de Haddad quando o ministro divulgou à imprensa que o tema seria o Campo de Marte.

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