O sonho da casa própria pode ficar pronto mais rápido. Com demanda aquecida, especialmente entre as camadas populares, construtoras investem em inovação e tecnologia para acelerarar as obras.
Uma delas é a mineira Ágora, que começa a erguer em Belo Horizonte, em tempo recorde, as primeiras edificações em um novo conceito, com sistema a seco, versátil e moldado de acordo com o gosto do freguês. São necessários só quatro dias para levantar a morada, de 70 m2, ao preço de R$ 126 mil.
A principal diferença em relação à alvenaria tradicional está nas paredes. Tijolos e blocos dão lugar a painéis metálicos preenchidos por poliuretano expandido. Segundo o diretor da Ágora, Agnaldo Cornélio, a construtora representa em Minas a Fischer, empresa produtora do kit, que inclui desde as placas de aço galvalume usadas para colocar de pé a casa até as instalações hidráulica e elétrica da construção.
O custo sai em média por R$ 1,8 mil o m2 e a entrega das chaves pode variar de quatro a dez dias, dependendo do tamanho do imóvel.
“Se fosse uma construção convencional ou autoportante, levaria pelo menos cinco meses”, compara Cornélio. Além da economia de tempo, gasta-se menos com funcionários. O canteiro de obras não tem mais do que quatro pessoas, ao passo que, pelo sistema comum, são necessárias pelo menos dez. A novidade também é tida como mais sustentável, uma vez que utiliza menos água e gera menos entulhos.
“Nosso carro-chefe serão construções populares em larga escala, como conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Faremos ainda condomínios particulares com infraestrutura de lazer. Os contratos estão em fase avançada”, afirma o executivo. Uma escola particular também será erguida pelo modelo ultrarrápido na capital.
"Lego"
Menos custo e prazo menor são os pilares de outra solução inovadora do setor, desta vez à base de cerâmica estrutural. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias das Cerâmicas de Minas Gerais (Sindicer-MG), Ralph Perrupato, a tecnologia possibilita utilizar resíduos na composição, assim como na queima. E o processo construtivo se forma no encaixe, como se fossem “Legos”. “Dá para levantar as paredes da casa em um dia e o telhado, no outro”.
A quantidade de argamassa utilizada também é reduzida, acelerando o processo de secagem. “As casas de cerâmica estrutural ainda não estão sendo comercializadas. Mas a tendência é de que custem 30% menos”.