Cemig amplia telemedição da energia nos municípios mineiros

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
16/02/2014 às 08:19.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:03
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Até o final deste ano, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai levar a telemedição da energia – sistema em que o consumo energético é medido via central eletrônica, sem interferência humana – a três mil unidades consumidoras de média tensão. O sistema já é utilizado em 13 mil grandes consumidores de energia do Estado que representam 45% da receita da empresa. Na rede de comunicação utilizada para operar a telemetria foram investidos R$ 12 milhões.   Com a medição remota é possível verificar o consumo em tempo real. Todas as informações são enviadas para o Centro Integrado de Medição (CIM) da Cemig, no bairro Barro Preto.    Entre os clientes que entrarão no sistema de telemetria estão grandes padarias, indústrias, hotéis e clubes, como o Mackenzie Esporte Clube, no bairro Santo Antônio. O presidente do clube, Daniel Teodoro Teixeira, aprovou o sistema. “Não corremos o risco de erro do leiturista”, diz. A conta de luz mensal do o clube gira em torno de R$ 11 mil.   Critério   Segundo o engenheiro de tecnologia e normalização da estatal Saad do Carmo Habib, o critério para a entrada dos clientes no sistema remoto é o nível de consumo. “Os estabelecimentos que tinham a conta mais cara foram priorizados”, afirma. Por conta desse critério, clientes residenciais ainda estão fora do sistema.   Os benefícios da telemedição são muitos. O primeiro é a redução das perdas de energia. Somente em 2013, a Cemig deixou de faturar R$ 300 milhões, resultado principalmente de ligações clandestinas. “Com a telemetria, o sistema informa casos de consumo irregular, seja para cima ou para baixo. Quando há alguma divergência, a equipe do CIM aciona os eletricistas que vão ao local ”, diz Habib.    “A sociedade deve lembrar que parte destes R$ 300 milhões é rateada pelos consumidores no reajuste tarifário”, ressalta. Além de reduzir as fraudes, há uma economia nos gastos da estatal, que reduz a necessidade do leiturista.    Conforme o engenheiro da Cemig, parte das 3 mil unidades consumidoras que ainda vão receber o sistema já possuem toda a infraestrutura necessária para que ela opere, como medidor inteligente e antena de rádio, instaladas. Falta, no entanto, que a comunicação seja estabelecida. “Ainda estamos no período de teste, mas tudo indica que em breve estas unidades consumidoras estarão integradas ao sistema”, afirma.   Sistema permitirá consumo inteligente   A leitura remota do consumo de energia é apenas a ponta do iceberg para que um sistema inteligente possa ser implantado no Estado, conforme afirma o coordenador-geral do Grupo de Estudos de Energia Elétrica (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro. De acordo com ele, o sistema inteligente é o futuro do setor.   A expectativa do especialista é a de que, no longo prazo, além de medir o consumo à distância, o medidor possa ser utilizado para controlar e programar equipamentos eletrônicos, para moderar o consumo em horários em que a energia é mais cara, entre outros benefícios. “Temos projetos deste tipo em Aparecida do Norte, em São Paulo, Búzios, no Rio de Janeiro, Évora, em Portugal, e Sete Lagoas, em Minas Gerais”, comenta.   Chamado de Cidade do Futuro, o projeto de Sete Lagoas foi desenvolvido pela Cemig. Na cidade, cerca de 2 mil medidores eletrônicos irão possibilitar a gestão das unidades consumidoras com leitura automatizada dos dados de medição, corte e religação através da tecnologia de comunicação wireless, balanço energético com medição individualizada na saída dos transformadores de distribuição e operacionalização da chamada tarifa horária programável.

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