(Cemig/Divulgação)
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) perdeu R$ 9,85 bilhões do valor de mercado entre 6 de setembro de 2012 (pouco antes de o governo anunciar as alterações nas regras do setor elétrico) e 10 de janeiro deste ano, o equivalente a 34,67%. A concessionária foi a que registrou maior desvalorização nominal, segundo levantamento da consultoria Economática.
No mesmo período, 34 empresas elétricas de capital aberto tiveram perda de valor de mercado de R$ 37,23 bilhões, queda de 18,03%. No intervalo, elas passaram de R$ 206,4 bilhões para R$ 169,17 bilhões.
Em termos percentuais, a Eletrobras foi a mais prejudicada, com recuo de 48,46% do valor. Em setembro, a empresa valia R$ 19,22 bilhões, contra R$ 9,9 bilhões em janeiro.
A Medida Provisória (MP) 579, que dita as regras para que as companhias renovem as concessões do setor elétrico antecipadamente, foi a principal responsável pelo derretimento das energéticas, conforme avalia o presidente do Instituto Mineiro do Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza.
Segundo a MP 579, as empresas de energia que tinham concessões com vencimento até 2017 puderam escolher se renovariam antecipadamente o direito de exploração das usinas ou se devolveriam os ativos à União. As companhias que optaram por renovar as concessões tiveram que concordar com o corte da tarifa de geração, que terá o efeito de reduzir em 16,2% a conta de luz residencial e em 28% as faturas industriais.
“O investidor se sentiu prejudicado e se desfez das ações. No caso da Cemig, a evasão de investidores estrangeiros foi muito forte”, diz Souza. De acordo com ele, a intervenção do governo causou um clima de insegurança jurídica. “Quem garante que uma nova MP não vá mudar tudo de novo?”, comenta.
Leia mais sobre a situação da energia no país na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/shelf/93.