(Cemig/Divulgação)
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) terá que buscar novas fontes de receita para compensar a perda de 51% da capacidade instalada do parque gerador, em decorrência da rejeição da proposta federal de renovação antecipada dos contratos de concessão de 21 usinas hidrelétricas. E, na avaliação de analistas, o rombo a ser coberto é grande.
Segundo estudo elaborado pela Corval Corretora, a previsão é a de que, nos próximos cinco anos, a geração de caixa (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações – Ebtida) da estatal seja reduzida em cerca de 27%.
Em 2011, a companhia fechou o Ebtida em R$ 5,4 bilhões. Isso significa que, se as previsões da Corval forem certeiras, a geração de caixa do grupo poderá cair R$ 1,5 bilhão, recuando para R$ 3,9 bilhões. “É importante lembrar que, ao afetar o Ebtida, afeta o lucro e os dividendos”, afirma o analista de energia da Coval, Guilherme Canaan.
De acordo com ele, as ações da estatal tendem a desvalorizar no curto e no médio prazo. “Haverá uma estabilização. As ações subiram muito no começo do ano, de forma exorbitante. Agora, o mercado pressiona para baixo”, afirma.
Fuga de estrangeiros
Investidores estrangeiros puxaram a fila e foram os primeiros a vender os papéis da Cemig e das outras elétricas depois do anúncio da Medida Provisória (MP) 579, em setembro. A MP é responsável por mudar as regras do setor.
Com o movimento de venda, as cotações recuaram. A ação PN da Cemig custava R$ 35,09 em 10 de setembro. Um dia depois, data em que a MP foi publicada, os papéis da estatal fecharam em R$ 31,50, despencando 10%. Baixa de 3,6% também foi registrada de 4 para 5 de dezembro, quando a empresa oficializou que não iria renovar antecipadamente 18 contratos de usinas que venceriam até 2017.