Cenário econômico atual colabora para endividamento dos idosos

Hoje em Dia
25/07/2013 às 06:52.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:22

Uma boa notícia: a taxa de desemprego em Belo Horizonte caiu de 4,5% em junho do ano passado para 4,1% em junho deste ano. A informação é do IBGE, que divulgou nessa quatra-feira (24)a Pesquisa Mensal de Emprego, que é realizada em seis capitais. Só a capital gaúcha, com 3,9%, tem desemprego menor que a mineira. Em Salvador, chega a 8,8%. Na média das seis regiões metropolitanas pesquisadas, a taxa ficou em 6%.

Em comparação com a Europa, que tem taxa de desemprego superior a 20%, o Brasil continua bem. Mas, aos poucos, o nível de emprego vai caindo, enquanto tende a crescer menos o Produto Interno Bruto e se elevam as taxas de juros e a inadimplência dos brasileiros.

Nesse cenário, os políticos e a equipe econômica do governo se obrigam a não ignorar um problema que aflige os brasileiros com idade acima de 65 anos. Como destacou ontem o Hoje em Dia, ohttp://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/idosos-formam-maior-grupo-de-inadimplentes-no-brasil-1.149960. Entre os consumidores com nome sujo na praça, 25% estão nessa faixa de idade, embora representem apenas 5,8% da população.

O governo atual não tem como fugir da responsabilidade de buscar uma solução. Ele é continuação do governo Lula que, em 2003, reajustou em 19,7% a aposentadoria de quem recebe do INSS benefício maior que um salário mínimo. Ao mesmo tempo, criou o empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, com prestações descontadas nos pagamentos da Previdência Social. Ou seja, sem qualquer risco para os bancos, que podiam oferecer empréstimos com juros menores que os do mercado – e ainda assim, exorbitantes.

É por isso que tantos bancos buscam atrair idosos para essa modalidade de financiamento. Em maio deste ano, eles somaram R$ 3,826 bilhões, quase 32% mais que em maio do ano passado. E os idosos tomam os empréstimos, porque são pressionados pelos filhos e outros parentes que têm neles um arrimo de família. É significativa a definição do presidente de um sindicato que representa esses idosos em Minas: “Em muitos casos, os parentes são mesmo serpentes”. Está claro, não apenas os parentes.

Faz sentido a análise do economista Fabrício Augusto de Oliveira, presidente do Conselho Regional de Economia. O governo apostou na expansão do crédito para aquecer a economia, mas esse modelo se esgotou e “será difícil para esses idosos, muitas vezes chefes de família, saírem dessa situação”. O governo é parte do problema e tem que ser parte da solução.

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