Taxa básica de juros

Centrais sindicais fazem protesto na Avenida Paulista contra Selic

Além de SP, manifestações ocorreram em várias cidades do país

Agência Brasil
18/03/2025 às 13:51.
Atualizado em 18/03/2025 às 14:15
Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% (RAPHAEL RIBEIRO/ BANCO CENTRAL)

Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% (RAPHAEL RIBEIRO/ BANCO CENTRAL)

Centrais sindicais promoveram nesta terça-feira um protesto em diversas cidades do país pedindo a redução da taxa básica de juros (Selic). Em São Paulo, o ato ocorreu em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, e reuniu centenas de pessoas.

“Esse ato aqui é uma tradição e acontece no momento em que o Banco Central vai decidir a taxa de juros”, explicou João Carlos Gonçalves, o Juruna, da Força Sindical.

“Na nossa opinião, a taxa de juros alta acaba prejudicando o investimento na indústria e o consumo porque os preços sobem e isso acaba atingindo também a geração de emprego. Quanto mais baixos forem os juros no nosso país, as condições econômicas serão melhores para a produção, para o consumo e para a geração de emprego”, acrescentou, em entrevista à Agência Brasil.

Chamado de Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos, o ato contou com a participação da Força Sindical, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Intersindical e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NTST).

Atualmente, a taxa Selic está em 13,25%, mas há uma estimativa de que a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre hoje e amanhã (19), eleve a taxa para 14,25%, maior patamar desde 2016.

“O objetivo principal desse ato é exatamente criticar a possibilidade de mais uma alta na taxa de juros, a taxa básica Selic, que já se encontra em 13,25%. Lamentavelmente o Banco Central age como o mordomo da [avenida] Faria Lima, ou seja, o Brasil virou o paraíso do rentismo. Hoje o país pratica a maior taxa de juros do planeta. E isso sugere que há uma insensatez. Não há razões para o Banco Central, o Comitê de Política Monetária, agir como garçom dos banqueiros, do capital especulativo e do rentismo. É preciso que a gente sinalize uma nova possibilidade. O mundo todo indica que a melhor resposta para sair da recessão é exatamente baixar juros”, disse Adilson Araújo, presidente nacional da CTB. “Não podemos seguir permitindo que o Estado sirva de banco para satisfazer o ego do grande capital”, ressaltou.

Além das centrais dos trabalhadores, o ato também contou com o apoio de integrantes da União Municipal dos Estudantes (Umes). “O movimento estudantil vive denunciando a falta de investimento na educação. Um dos principais entraves do Brasil e também para investimento na educação é a altíssima taxa de juros. No ano passado, o valor investido na educação foi sete vezes menor do que para bolsa de banqueiro. Os estudantes estão cansados de viver nessa realidade, de ter as suas costas sucateadas, enquanto todo ano a gente repassa bilhões e bilhões de reais para bancos”, disse Valentina Macedo, presidente da Umes.

Procurado pela Agência Brasil, o Banco Central não se pronunciou, até este momento, sobre a manifestação das centrais sindicais.

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