Centros de maturação ampliam mercado para o queijo Minas artesanal

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
23/03/2013 às 10:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:11
 (Cristiano Couto)

(Cristiano Couto)

A partir da segunda quinzena de abril, produtores de queijo Minas artesanal poderão exportar os produtos para outros estados brasileiros. A expansão dos negócios será possível com a inauguração de três centros de maturação nas regiões da Serra da Canastra, do Rio Paranaíba (Alto Paranaíba) e do Serro, três das principais produtoras de Minas Gerais. Os entrepostos vão regular a saída dos queijos do Estado, exigência prevista pela legislação federal para que haja comércio interestadual de queijos produzidos com leite cru. Atualmente, as vendas são feitas de forma clandestina.    “Não conseguimos precisar o volume de queijo que sai do Estado irregularmente, mas sabemos que são muitas toneladas”, afirma a coordenadora de Agregação de Valor e Geração de Renda da Subsecretaria de Agricultura Familiar do Estado, Ana Helena Cunha.   Segundo a coordenadora, Minas tem registrados cerca de 10 mil produtores nas regiões caracterizadas como grandes produtoras e a expectativa é a de que esse número aumente nos próximos meses por causa da abertura de mercado.   Critérios   Nos entrepostos do Rio Paranaíba e da Serra da Canastra, o tempo mínimo de maturação dos queijos será de 21 dias. Na unidade do Serro, os produtos precisarão ser maturados em 14 dias.   Os três centros serão administrados por associações de produtores cadastrados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pela fiscalização dos entrepostos e pelo controle de qualidade dos produtos.   “Há muita demanda pelo queijo Minas artesanal fora daqui, principalmente, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Já existe, inclusive, pressão para a construção de um centro de maturação em Araxá e outro na Serra da Canastra”, diz Ana Helena.   Nova lei   Em dezembro do ano passado, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) apresentou uma proposta de revogação da Lei 14.185, de 2002, conhecida como “Lei do Queijo Minas Artesanal”. A proposta é facilitar o cadastro de produtores mineiros e reduzir a informalidade. Segundo levantamento do IMA, dos mais de 300 mil produtores do Estado, apenas 230 são cadastrados.   “Se aprovada, a nova lei vai permitir que o produtor solicite o cadastro junto ao IMA e depois vá se adequando às exigências. Atualmente, o processo é o contrário”, afirma o consultor legislativo Júlio Bedê. Outra mudança proposta pela ALMG, e que vem gerando polêmica, é a inclusão de outros produtos na lei: o queijo meia cura, o cabacinha e o requeijão artesanal.   “Esse é um passo fundamental para que o Estado conheça a imensidão de produtos e, a partir daí, melhore as condições sanitárias das queijarias”, diz Bedê.

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