Enquanto o governo tenta tirar do papel um pacote de R$ 91 bilhões para a reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias, as obras da Transnordestina foram paralisadas, desde a última quinta-feira (01). Devido à falta de acordo entre trabalhadores e a Odebrecht, responsável pela construção da linha que ligará o Piauí aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, cerca de 3.500 operários estão de braços cruzados.
O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem do Ceará, (Sintepav), Francisco Evandro Pinheiro, disse que os operários estão em campanha salarial e acusam a Odebrecht de não cumprir dois acordos anteriores: participação no lucro e adicional de 80 horas semestrais por produtividade. "Além disso, nosso acordo coletivo venceu no fim de outubro a até agora não recebemos nenhuma proposta de ajuste salarial por parte da companhia", afirmou Pinheiro.
Está marcada para esta quarta-feira (07), em Recife (PE), uma reunião entre trabalhadores, Odebrecht, os administradores da Transnordestina e representantes do Ministério do Trabalho, para tentar um acordo. Esse entendimento, porém, precisará passar pelo crivo da assembleia dos trabalhadores, que só será realizada na quinta-feira (08).
A Transnordestina começou a ser construída em junho de 2006. A previsão inicial era de conclusão em 2010. O projeto prevê 1.728 quilômetros de extensão e a nova previsão de término das obras é no final de 2014. A própria presidente Dilma Rousseff já pediu mais celeridade no cumprimento dos prazos da obra.
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