CGU quer esclarecimentos da Siemens sobre denúncias de cartel

Danilo Macedo - ABr
15/08/2013 às 14:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:01

BRASÍLIA – A Controladoria-Geral da União (CGU) informou nesta quinta-feira (15) que vai propor a notificação da empresa Siemens para que preste esclarecimentos sobre denúncias de formação de cartel nas licitações do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A empresa faz parte do Cadastro Pró-Ética, mantido pela CGU, que faz exigências para adesão e permanência na lista, como não se envolver em denúncias capazes de gerar questionamentos quanto ao compromisso da empresa com a ética e a integridade. O comitê gestor do cadastro é que avaliará a possível exclusão da Siemens.

“O Cadastro Empresa Pró-Ética tem como objetivo avaliar a existência, nas empresas, de mecanismos que visem a reduzir os riscos de ocorrência de fraude e corrupção, na busca de um ambiente ético e íntegro, tanto nas suas relações de ordem privada, como no seu relacionamento com o setor público”, explicou a CGU por meio de nota. Segundo a coordenadoria, a inclusão no cadastro indica que a empresa tem colocado em prática medidas internas para reduzir a probabilidade de ocorrência de atos ilícitos e desvios, além de adotar ações imediatas para puni-los, caso aconteçam, e remediar seus efeitos adversos.

A CGU ressaltou, no entanto, que a aprovação para integrar o Cadastro Pró-Ética não deve ser entendida como um Selo de Empresa Limpa ou garantia de que a empresa esteja livre de atos de corrupção. “Não há, portanto, em princípio, qualquer contradição entre o fato de uma empresa constar do Cadastro Pró-Ética e vir a ser objeto de notícias sobre seu anterior envolvimento em casos de corrupção. Diferente será a situação na hipótese de surgirem fatos novos a representar a ruptura daquele compromisso público, repita-se, assumido espontaneamente” diz a nota.

Segundo a CGU, a Siemens entrou no cadastro em 2011, anos depois dos fatos noticiados atualmente, provavelmente relacionados ao grande escândalo de que foi protagonista nos anos 2007 e 2008, e que resultou na implantação de um plano de integridade. Além disso, teria passado por análise criteriosa dos vários aspectos englobados em “amplo e rigoroso” questionário de requisitos, sendo aprovada por um comitê gestor multilateral, formado por oito instituições, além da própria controladoria.

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