O presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, afirmou nesta quarta-feira (3) que a estatal não vai arcar com os prejuízos causados ao consumidor pelo atraso na construção dos sistemas de transmissão das usinas eólicas do Nordeste. Em entrevista ao Estado, ele destacou que a empresa já pagou todas as multas previstas no contrato, sem fazer nenhum questionamento.
"Agora, pagar a energia que as usinas não estão produzindo não está previsto no edital. Não sei quem vai arcar com essa conta. Só sei que não somos nós (Chesf)", afirmou o executivo, que assumiu o comando da estatal em dezembro do ano passado. Na terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou que vai entrar na Justiça para que a estatal arque com os prejuízos causados aos consumidores e ao País.
No total, 32 parques eólicos estão parados no Nordeste por falta de linha de transmissão, conforme mostrou reportagem do Estado, na edição de domingo (30). Pelas regras do edital de licitação, mesmo paradas, as geradoras que entregaram os parques eólicos até 1.º de julho deste ano têm direito a receber uma receita fixa prevista no contrato, que soma R$ 370 milhões.
O executivo explicou que os projetos das linhas foram prejudicados por uma série de fatores, como falhas nos projetos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), problemas de gestão da Chesf, questões fundiárias, licenciamento ambiental e mudanças nas estaduais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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