A concorrência da China e da África na produção mundial de alimentos preocupa os participantes de evento sobre o agronegócio brasileiro, realizado neste sábado, 21, em Campinas, no interior de São Paulo. O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antonio Lopes, considera que o grande concorrente do Brasil na produção de alimentos poderá ser a China. "A África não é ameaça, porque o problema é a China. O país pode chegar no Brasil, pegar a nossa tecnologia e implantar da África. Aí seria a grande ameaça."
Na opinião do diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero, o Brasil é o País que alimentará o mundo. "O grande nó do setor é achar o ponto de convergência da sociedade com o sistema produtivo. Senão seremos ultrapassados pela África", declarou no Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais.
Já o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio, avaliou que o grande "nó" do agronegócio é o regulatório. "Metade do abate brasileiro não passa pelo serviço federal, embora existam os serviços estaduais. Temos criado um mercado paralelo de comércio da carne e isso não é bom", ressaltou. Tributações altas também foram citadas pelo executivo como entrave a um crescimento do segmento da pecuária nacional.
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