Uma nova rodada de indicadores fracos na China sugeriu que a recuperação econômica que começou no fim do ano passado continua perdendo força e alimentou especulações sobre uma intervenção do governo na economia. Alguns analistas acreditam inclusive que o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) poderá anunciar medidas de relaxamento monetário após o feriado local que termina na quarta-feira.
Não houve notícias boas nos indicadores divulgados no domingo. Os investimentos, a produção industrial e as vendas no varejo em maio cresceram apenas em linha com as expectativas dos economistas. No sábado, os dados sobre comércio internacional também decepcionaram e ficaram abaixo de projeções que já haviam sido reduzidas em razão do combate do governo chinês aos fluxos ilegais de entrada de capital. As importações caíram 0,3% em comparação com maio do ano passado, depois da alta anual de 16,8% em abril, e as exportações cresceram apenas 1,0%.
Apesar da fraqueza dos indicadores, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou a líderes provinciais que a China ainda está crescendo "dentro de uma faixa relativamente alta e razoável" e que o mercado de trabalho do país permanece estável. Fontes do governo contactadas pela MNI concordaram com a visão do premiê e disseram que a era de forte crescimento da China ficou para trás. Segundo as fontes, a desaceleração não está pressionando o mercado de trabalho e o governo pode deixar a expansão perder força enquanto se concentra na reestruturação econômica.
Atualmente o governo chinês está debatendo uma série de reformas que acredita poderem reequilibrar a economia e agir como motores do crescimento nos próximos anos. Os novos líderes do país tentam se distanciar dos antecessores mostrando indisposição para combater os sinais de fraqueza com medidas de estímulo de curto prazo.
No entanto, o governo eventualmente terá de intervir, segundo alguns analistas, se a economia continuar perdendo força. "Nós acreditamos que o gatilho que levará o governo a tomar uma atitude mais proativa com relação ao crescimento é um avanço de 7,4% no Produto Interno Bruto (PIB)", comentou Ren Xianfang, economista da IHS Global Insight.
Alguns analistas acreditam que instrumentos fiscais, como a redução dos impostos, podem sustentar o crescimento da China, enquanto as opções para impulsionar a economia no curto prazo são limitadas, mesmo que Pequim quisesse agir agora. Fonte: Market News International.
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