O governo do Chipre está em contato estreito com a Comissão Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu (BCE), em um esforço para amenizar o acordo do Eurogrupo e conseguir sua aprovação pelo Parlamento local, disse ontem à noite um alto funcionário do governo cipriota.
"Parece que, como as coisas estão agora, não será possível ter os 29 votos necessários (no Parlamento) para a aprovação", disse essa fonte. "Temos de negociar com nossos parceiros (troica) para reduzir a taxa sobre os depósitos inferiores a 100 mil euros, de 6,75% para 3%."
A fonte governamental destacou que a diferença seria compensada pelo aumento da taxa de depósitos acima de 100 mil euros, de 9,9% para 12,5%. Ele parecia confiante que a troica iria aceitá-la. "Não há alternativa, todo mundo vai perder se o Parlamento rejeitar o negócio. Chipre vai sofrer, mas a zona do euro também vai sofrer", afirmou.
"Na realidade, ninguém quer o default em um país da zona do euro, mesmo que seja um país pequeno. Isso vai desencadear reações em cadeia na periferia e em nações maiores como Itália e Espanha. Os mercados vão perder a confiança no euro, e a credibilidade dos líderes da zona do euro será zero", acrescentou a fonte.
No sábado, os ministros das Finanças da zona do euro, o FMI e o BCE acertaram um empréstimo de 10 bilhões de euros de resgate para Chipre. No entanto, em um movimento sem precedentes, colocaram um imposto único, que deve gerar 5,8 bilhões de euros, sobre os depósitos cipriotas.
O acordo provocou a ida maciça da população aos caixas eletrônicos de bancos cipriotas, com o esgotamento das cédulas em algumas horas. As informações são da Market News International.
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