Com a greve dos caminhoneiros completando seu quarto dia, alguns dos principais hospitais privados do País já começam a registrar falta de medicamentos e insumos necessários para o atendimento a pacientes. Nesta quinta-feira, 24, três entidades que representam o setor emitiram comunicados alertando para o risco da situação e pedindo aos grevistas que liberem da paralisação caminhões que transportam medicamentos e oxigênio.
A Confederação Nacional de Saúde (CNS) informou, em nota, que estabelecimentos de saúde já sofrem "falta de gás medicinal, material anestésico, medicamentos, insumos para tratamento de água, entre outros produtos vitais para a manutenção dos serviços, bem como para a segurança dos pacientes". A entidade diz que "não se opõe a nenhuma manifestação", mas apelou aos manifestantes que liberem os veículos que transportam materiais médicos para que a reivindicação da categoria "não coloque em risco a saúde do cidadão".
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que representa 24 centros de saúde de referência no País, como os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, solicitou às lideranças do movimento grevista que cargas de gases medicinais, como oxigênio, medicamentos e outros insumos "sejam liberados do embargo estabelecido", uma vez que alguns dos hospitais associados já detectam "queda substancial dos estoques e iminente falta de insumos nas instituições de saúde", situação que pode ameaçar o bem-estar e a vida dos pacientes atendidos.
Hospitais contatados pela reportagem manifestaram preocupação com a possível continuidade da greve nos próximos dias. O Einstein afirmou que o movimento já impede o abastecimento de alimentos, medicamentos materiais e gases medicinais em suas unidades e que o atendimento aos pacientes "poderá ser severamente impactado nos próximos dias" se a situação persistir. Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e Hospital das Clínicas afirmam que o atendimento ainda não foi impactado. O Grupo Leforte traçou plano de contingência caso a paralisação se estenda.
A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) informou que enviou comunicado aos presidentes da República, da Câmara e do Senado alertando para o iminente desabastecimento dos hospitais e serviços de saúde, caso persista a greve dos caminhoneiros. Segundo a entidade, as unidades de saúde costumam trabalhar com estoques reduzidos e com abastecimentos regulares, a cada dois ou três dias.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informou que, desde o início da greve, recomendou aos grevistas que permitam a passagem de cargas consideradas essenciais, como remédios, alimentos perecíveis e carga viva. A entidade ressalta, porém, que não é possível controlar todos os os pontos de bloqueio espalhados pelo País. Disse ainda que o tráfego pode ser prejudicado por congestionamentos e filas formadas por veículos que aderiram à manifestação.
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