O índice nacional de confiança do consumidor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) caiu para 84 pontos em julho, de 100 pontos em junho, atingindo o menor patamar da série histórica, iniciada em abril de 2005. É a primeira vez que o indicador fica abaixo da marca de 100 pontos, o que indica pessimismo. Em julho de 2014, o resultado havia sido de 144 pontos.
"A economia não piorou tanto de um mês para o outro. Portanto, o índice indica que, além dos fatores macroeconômicos, a crise política também tem alterado a percepção do brasileiro, que está perdendo a confiança", analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Também foi a primeira vez que a confiança de todas as regiões brasileiras e todas as classes socioeconômicas ficou no campo do pessimismo (abaixo dos 100 pontos). O Sul foi a região que registrou o maior pessimismo, com 67 pontos. Na sequência aparecem Sudeste (83), Norte/Centro-Oeste (90) e Nordeste (93). A classe AB continuou sendo a mais pessimista (75 pontos), seguida da classe C (85) e DE (89).
Quando questionados se sua atual situação financeira é ruim, 49% dos entrevistados responderam afirmativamente. Em relação às perspectivas futuras, 34% disseram acreditar que sua situação financeira vai melhorar - há um ano, esse porcentual era de 48%. Por outro lado, 32% acreditam que irá piorar, contra 13% há um ano. A percepção sobre a segurança no emprego também piorou: 53% dos pesquisados estavam inseguros, ante 18% seguros.
Nesse contexto, apenas 18% dos entrevistados se disseram mais à vontade para comprar eletrodomésticos e 60% menos à vontade. Quando se avaliou a intenção de comprar bens de maior valor (casas e automóveis), os resultados foram parecidos: 14% mais à vontade e 66% menos à vontade.
A pesquisa foi elaborada pelos Instituto Ipsos a partir de 1.200 entrevistas domiciliares, em 72 municípios, entre os dias 15 e 31 de julho.
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