(Renato Cobucci)
Até 2016, os mineiros poderão viajar, a partir do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, para todas as capitais brasileiras sem escala. Um ano antes, em 2015, o aeroporto terá ligações diretas com pelo menos mais duas cidades ao redor do mundo – nos Estados Unidos e na Europa.
Os passageiros também pagarão menos para voar. Com a chegada das novas rotas internacionais, a viagem poderá ficar até US$ 300 mais barata. A economia se repete no tempo, com menos quatro horas para se chegar ao destino.
“Hoje já estamos ligados a 18 capitais do país com voos diretos, e a meta é, dentro de três anos, estarmos ligados diretamente a todas as capitais do país. Para voos internacionais, a meta para os próximos dois anos é ter pelo menos mais um portão de entrada para a América do Norte e mais um na Europa”, diz o subsecretário de Assuntos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), Luiz Antonio Athayde.
Concessão
O tíquete para a nova realidade, segundo ele, é a concessão do aeroporto de Confins à Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), integrada por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, em parceria com os operadores dos aeroportos de Munique e Zurique, respectivamente segundo e terceiro melhores da Europa. O grupo levou Confins por R$ 1,82 bilhão, ágio de 66% sobre o lance mínimo, em leilão realizado no dia 22 de novembro, na BMF&Bovespa, em São Paulo.
“Mais voos internacionais aqui significarão que os mineiros vão pagar menos para ir para o exterior. As pessoas economizarão até US$ 300 em uma viagem internacional, levando-se em conta táxi, translado, taxa de embarque e valor da passagem. E o que hoje é ainda mais preciso, elas vão ter uma economia de pelo menos quatro horas. O concessionário vai trabalhar para isso”, afirma Athayde.
Como exemplo, o subsecretário cita um passageiro de Minas com destino a Nova York. “Se uma pessoa embarcar às 23 horas, ela precisa estar no aeroporto às 21 horas.
Se tiver que embarcar pelo Rio ou por São Paulo, tem que chegar ao aeroporto às 17 horas pra pegar o avião para ir para até uma dessas capitais, e esperar mais duas horas, pelo menos, antes do embarque”, compara.
Transporte de cargas será dinamizado com as novas rotas
Atualmente, a conexão dos mineiros a destinos internacionais, sem escalas, limita-se a Miami, Lisboa, Panamá e Buenos Aires. A decolagem de novas rotas implica não só em mais comodidade para passageiros, mas também em mais dinheiro no caixa estadual.
A ausência de mais voos para o exterior é apontada como a principal causa do desvio de cargas e receitas para outros Estados. Dos US$ 2,4 bilhões exportados em 2012 por Minas por via aérea, só 8,7% foram embarcados em Confins.
As importações também são prejudicadas, com o terminal mineiro importando 55% do montante de US$ 1,7 bilhão.
“Pela ausência de voos, grande parte da carga produzida no Estado vai de caminhão para São Paulo (onde é embarcada para o exterior)”, diz o subsecretário de Assuntos Estratégicos de Minas Gerais, Luiz Antonio Athayde.
Mudanças
Para ele, as mudanças não vão demorar a decolar. Pelas regras do leilão, a CCR terá que investir R$ 3,5 bilhões em Confins. “Não é pouco dinheiro, o valor é quatro vezes o da construção do aeroporto. E este dinheiro está fortemente concentrado nos próximos cinco anos”, diz.
A meta de mais voos internacionais, com conexão direta, vai ao encontro das declarações do diretor de Novos Negócios da CCR, Leonardo Viana, dadas após a vitória no leilão.
“Galeão e Guarulhos têm que ficar preocupados, pois os mineiros não vão mais viajar para o exterior por Rio ou São Paulo. Esse deslocamento vai acabar”, declarou, à época do certame.