As contratações feitas pelo setor da construção civil em junho asseguraram a estabilidade da taxa de desemprego no Brasil em comparação com maio, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) realizada pela Fundação Seade e Dieese em seis regiões metropolitanas do País mais o Distrito Federal. No total das sete regiões, a construção contratou 78 mil trabalhadores no mês passado.
A melhor notícia no que diz respeito ao desempenho do mercado de trabalho da construção, segundo o economista da Fundação Seade, Alexandre Loloian, é que na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), 40 mil pessoas foram contratadas pelo setor no mês passado. Ultimamente, segundo ele, as contratações pela construção em São Paulo têm ficado sistematicamente abaixo de outras regiões, especialmente as do Nordeste.
"Esperamos que o que está acontecendo na construção, especialmente na RMSP, seja o reflexo da fase de transição das operações de crédito para lançamentos de empreendimentos", afirmou Loloian. "Esperamos que já seja uma retomada da atividade", disse.
Para a técnica do Dieese, Ana Maria Belavenuto, o que está acontecendo com o mercado de trabalho este ano é muito semelhante com o que ocorreu no ano passado. De acordo com ela, para o conjunto das sete regiões metropolitanas, a taxa de desemprego em junho ficou praticamente estável. Saiu de 10,6% em maio para 10,7%.
Na esteira da avaliação de que o comportamento do mercado de trabalho neste ano se assemelha com o do ano passado, a técnica do Dieese estima que, se forem confirmadas as previsões de que a economia crescerá mais no segundo semestre do que cresceu na primeira metade de 2012, a taxa desemprego poderá começar a cair a partir de setembro. "No ano passado a economia cresceu mais no segundo semestre e a taxa de desemprego começou a cair a partir de setembro", disse Ana Maria.
Loloian acredita que possa ocorrer alguma melhora a partir de agora, quando as empresas começam a se preparar para o final do ano. Para ele, a quase estabilidade da taxa de ocupação em junho, com apenas um ligeiro crescimento de 0,2%, não deve ser encarado como um resultado negativo, dado o elevado grau de deterioração da economia mundial. A estimativa é de que 9,691 milhões de pessoas encontram-se ocupadas na Região Metropolitana de São Paulo.
No conjunto das sete regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade e Dieese - seis regiões mais o Distrito Federal -, o total de ocupados foi estimado em 20,079 milhões de pessoas. A População Economicamente Ativa (PEA) nestas regiões é estimada em 22,484 milhões de pessoas.
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