A desaceleração no mercado imobiliário em Belo Horizonte levou a um corte de 8 mil empregos em abril no segmento da construção civil. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na última quarta-feira (29) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação João Pinheiro (FJP). De acordo com o levantamento, o índice de desemprego no mês passado na capital ficou em 7,1% da População Economicamente Ativa (PEA), uma estabilidade em relação a março, quando a taxa alcançou 7%.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Belo Horizonte (Stic-BH), Osmir Venuto, o corte de mão de obra é reflexo da desaceleração do setor.
De acordo com Venuto, só neste mês, até a última quarta-feira (29), o Sindicato realizou 6.755 homologações de demissões de trabalhadores da construção civil.
“Vale lembrar que são homologados apenas os funcionários que têm a partir de 12 meses de carteira assinada. Portanto, aqueles que ficam de três a 11 meses nas empresas não são contabilizados pelo Sindicato e, por isso, esse número pode ser muito maior”, avalia.
A diminuição do ritmo do segmento imobiliário é comprovada por estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A velocidade de venda de imóveis novos (VV), que é a relação das vendas sobre as ofertas, vem decrescendo. Em março de 2011, a velocidade de vendas foi de 25,24%, contra 16,67% no mesmo mês de 2012 e 9,67% em março de 2013.
Segundo o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI), Ariano Cavalcanti de Paula, neste ano o mercado imobiliário teve, de fato, uma redução no número de lançamentos em relação a 2012. “O setor começou a se recuperar neste ano, mas ainda está em ritmo aquém de 2012. Provavelmente, a redução de postos de trabalho está ligado a essa desaceleração, mas ainda há uma rotatividade muito grande, porque várias obras ainda estão começando”, explica.
Outro setor que também apresentou queda no número de postos de trabalho, de acordo com a PED, foi a indústria de transformação. Aproximadamente 3 mil pessoas deixaram o emprego em março, em relação a abril.
Já no segmento de serviços e de comércio e reparação de veículos os resultados foram positivos, com aumento de 16 mil e 7 mil postos de trabalho, respectivamente.