O presente do Dia das Crianças será mais barato neste ano. Pelo menos é o que aponta pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), feita com 300 consumidores da capital. De acordo com o levantamento, a maioria (51,7%) pretende desembolsar R$ 75, em média. Com os pais com menos dinheiro para gastar, produtos top de linha, tão sonhados pelos pequenos, ficam menos acessíveis. Ainda assim, conforme constatou o Hoje em Dia, é possível agradar à criançada com mimos ao alcance do bolso.
“As pessoas estão mais endividadas, sob pressão inflacionária e do aumento do custo de vida. Mas por causa do apelo emocional ninguém deixa de presentear. Só vai gastar menos”, diz a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos.
Segundo ela, a pesquisa também constatou que, neste ano, 14% dos consumidores gastarão até R$ 30 com o presente – maior percentual para essa faixa de gastos dos últimos três anos. Em 2013, esse grupo representou 8,7% e, em 2012, ficou em 5,17%.
Para 40,55% dos entrevistados, os brinquedos vêm perdendo força. Ao mesmo tempo, a preferência dos consumidores por produtos úteis, como roupas e calçados, também apareceu como a mais elevada desde 2011.
Não é o que pensa a proprietária da Traquitana, no São Pedro, Ana Luiza Pires. “Criança gosta mesmo é de brinquedo. E a maioria dos produtos que vendemos, todos lúdicos, custam em torno de R$ 70”, diz ela.
Segundo a empresária, há maneiras de agradar mesmo com o cobertor mais curto. O item mais caro na loja é uma geladeira de madeira (R$ 302).
Proprietário da Brinkel, no Padre Eustáquio, Altair Rezende aposta que os pais serão mais generosos. “Acredito que a maioria vai comprar um presente por R$ 120 ou mais. Estamos na torcida”, brinca ele, que espera vendas 5% maiores na comparação com o 12 de outubro de 2013.
Para atrair a clientela, a loja oferece 10% de desconto nas compras acima de R$ 100, mediante pagamento à vista, no dinheiro.
Segundo a economista da CDL-BH, estratégias como descontos, promoções e criação de ambientes onde as crianças podem brincar têm ganhado força no cenário de gastos mais magros. “Vale abusar da criatividade”, diz.