Trabalhadores dos correios tiveram duas novas reuniões nesta quinta-feira (26). A primeira concentração foi no Correio Central, na avenida Afonso Pena e a segunda no Complexo Operacional da empresa, na região da Pampulha, mas os grevistas não chegaram a nenhum acordo.
Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG) informou que a paralisação envolve cerca de 1.300 profissionais e que a empresa teria contratado empregados temporários. Profissionais estariam sendo trazidos do interior para que a população não sentisse os efeitos da greve.
O secretário geral conta que as agências estão funcionando, mas com um quadro de colaboradores reduzido. E que existe um atraso na entrega das correspondências que afeta a população.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a proposta da empresa foi considerada insuficiente em relação às reivindicações sindicais. Foi oferecido aos funcionários um reajuste de 8% no salário, sendo 6,27% de recomposição da inflação e 1,7% de ganho real, e mais 6,27% nos benefícios. Os grevistas pedem o aumento real de salário de 15% e uma recomposição da inflação de 7,13%.
Os Correios e a Fentect continuam a divergir sobre o alcance da greve dos funcionários da estatal.
De acordo com os Correios, 92,83% dos empregados estão trabalhando nesta quinta-feira, conforme registro do sistema eletrônico de presença. Entre os trabalhadores da área operacional, que abrange carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo, o índice está em 91,51%.
Apesar de não apresentar uma taxa de adesão, por considerar que pode prejudicar a greve, a secretária-geral da Fentect, Anaí Caproni, diz que os números da estatal tratam-se de “informação inverídica”, pois o sistema eletrônico de ponto, segundo a federação, não cobre o país todo. “Esse sistema é uma coisa que só a empresa tem controle, então não tem como ser comprovado. A paralisação, por ser muito ampla, questiona esse índice da empresa”, disse a dirigente sindical.
Em resposta à declaração da Fentect, os Correios afirmaram que “em qualquer empresa do mundo a aferição de presença é feita pelo empregador e não pelo empregado”, e que a estatal reafirma a "exatidão dos números divulgados" e "tem compromisso de transparência com a imprensa e com a sociedade brasileira”.
Em nota, a estatal reiterou estar “em mais um esforço para encerrar a paralisação parcial”, além das diretorias regionais estarem em contato com os sindicatos que ainda não assinaram o acordo coletivo. O acordo foi aceito por sindicatos de São Paulo, Bauru (SP), do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e de Rondônia.
Na quarta-feira (25), os Correios informaram que iriam descontar os dias parados dos salários dos funcionários que estão em greve desde o dia 17 de setembro. Segundo a Sintect-MG, os trabalhadores não debateram sobre os descontos mencionados pela empresa (* Com Agência Brasil)