(Daniel Mansur)
A cotação da tonelada do minério de ferro caiu a US$ 88,90 no mercado chinês, valor mais baixo desde setembro de 2012, quando foi negociada por US$ 87,00. Em 2013, a média era de US$ 135,10 e, desde o início do ano, a queda já chega a 34%. “Os estoques nos portos da China estão acima do normal. Além disso, era permitido usar o minério como garantia de empréstimo bancário, hoje não é mais”, aponta o analista de mercado Pedro Galdi, lembrando que, paralelamente, a Austrália inaugurou minas de minério de baixa qualidade e os mercados compradores começaram a aceitá-lo, mesmo que em pouca quantidade. “Então houve excesso de oferta no mercado e o minério de ferro começou a cair para menos de US$ 100”, aponta. Para o presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Associação Comercial de Minas (ACMinas), José Mendo Mizael, o recuo é pontual. “A queda já vem de algum tempo e não podemos nos esquecer que o minério agora é cotado diariamente. Isso reflete claramente a oferta e a procura, influenciando nas percepções futuras” diz. Balanço De janeiro a junho, o país enviou para o exterior 187,9 bilhões de toneladas de minério. O maior volume exportado nos últimos dez anos foi alcançado em 2011, quando o Brasil vendeu ao exterior 330,8 bilhões de toneladas, atingindo o montante de US$ 41,8 bilhões, segundo dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em 2014, as exportações permanecem na média dos dois anos anteriores e não devem ultrapassar o recorde registrado em 2011.