(Carlos Rhienck - Hoje em Dia)
A geração de emprego com carteira assinada em Minas teve em março o pior desempenho para o mês dos últimos 11 anos, com a criação de 3.701 postos, sendo 956 na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No mesmo mês de 2013, o Estado abriu 19.592 vagas, cinco vezes mais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nessa quinta-feira (17) pelo Ministério do Trabalho. Para o economista sênior do banco Besi Brasil, Flávio Serrano, o mercado de trabalho está se acomodando e já sofre os efeitos da trajetória de alta da Selic e do desaquecimento da economia. “Finalmente começamos a ver alguns efeitos da política monetária contracionista e da desaceleração econômica no mercado de trabalho. O dinamismo já está mudando para pior”, apontou Serrano. O comércio e a construção civil foram os setores que mais demitiram, fechando o mês com saldo negativo de 2.394 e 516 postos, respectivamente. O setor de serviços (2.476), a agropecuária(2.438) e a indústria de transformação (1.396) registraram as principais contribuições positivas. “Não dá para achar que uma economia crescendo de 1,5% a 2% ao ano é capaz de continuar gerando empregos”, afirmou o economista. Nacional No Brasil, a geração de postos formais de trabalho no mês passado foi a pior para o mês desde 1999, quando foram fechadas mais de 76 mil vagas com carteira assinada. Em março deste ano, foram criados 13.117 empregos, resultado da admissão de 1.767.969 trabalhadores e da demissão de 1.754.852. De acordo com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o governo não está pessimista em relação ao resultado de março. No acumulado dos três primeiros meses do ano, com 344.984 postos criados, o saldo segue a mesma dinâmica observada em 2013, quando foram gerados 306.068 vagas no período. Para ele, o resultado de março não irá comprometer a expectativa de geração de empregos para o ano, que é encerrar 2014 com a criação de 1 milhão a 1,5 milhão de postos. Em relação ao desempenho do mês, o comércio foi o setor com o pior balanço – foram fechados mais de 26 mil postos com carteira assinada no país. Para o ministro, esse resultado é consequência do Carnaval e do fim da temporada do verão – ambos períodos em que há contratações. “Um dos maiores números de fechamento foi justamente no Rio de Janeiro. Terminou a temporada que atrai milhares de turistas brasileiros e estrangeiros. Então é um período que realmente termina e ocasiona esse decréscimo dos postos”, disse o ministro. No Rio de Janeiro, foram 4.333 vagas a menos em março. Esse foi o quarto pior desempenho, superado por Mato Grosso (-5,1 mil), Pernambuco (-7,8 mil) e Alagoas (-10,1 mil). Em contrapartida, São Paulo e o Rio Grande do Sul tiveram os melhores saldos: 19,2 mil e 13,7 mil vagas criadas, respectivamente.