Crise externa derruba cotação do café no mercado brasileiro

Iêva Tatiana - Do Hoje em Dia
09/02/2013 às 07:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:52
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

A crise econômica que afeta países da Europa e os Estados Unidos é uma das principais razões apontadas por especialistas para a queda na cotação do café brasileiro. Desde o final do ano passado, a saca de 60 quilos do grão acentuou a desvalorização. O preço do café arábica caiu de R$ 441,31 em fevereiro de 2012 para R$ 322,39 ontem, uma retração de 26,95%. Já o do Conillon manteve-se praticamente estável no mesmo período, saindo de R$ 270,64 em fevereiro do ano passado para R$ 268,75 ontem (-0,70%).    Desde o início de fevereiro, o preço da saca de café arábica recuou 4,13%, passando de R$ 336,27 no dia 1º para R$ 322,39 ontem. Com os custos da produção em alta, alguns produtores já somam prejuízos com a atividade.   “A cafeicultura de montanha, hoje, está trabalhando com prejuízo de R$ 90 por saca. A mecanizada também está no limite, com os preços desta semana”, afirma o presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Breno Mesquita.   Desproporção   De acordo com Mesquita, o custo da agricultura cafeeira, atualmente, fica em torno de R$ 300, valor muito próximo do que vem sendo praticado na venda do produto.    “É preciso criar políticas que garantam a produção e um mínimo de remuneração para o cafeicultor. O setor passa por um problema e ele é muito grave”, diz o representante da Faemg.   Para o assessor de Cafeicultura da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Seapa), Niwton Castro Moraes, a projeção de uma safra recorde de café, neste ano, também contribui para a redução nos preços.    “A safra deste ano seria baixa, mas, na prática, deverá ficar muito próxima da do ano passado. Estima-se que sejam colhidas 49 milhões de sacas em 2013, enquanto em 2012 o total foi de 50,83 milhões”, diz Morais.   Estocagem   Para tentar driblar a situação, a Faemg solicitou ao Conselho Monetário Nacional prazo de 60 dias de estocagem de safras da última colheita, para evitar que produtores continuem vendendo pelos preços atuais. “Mas se não for criada uma política de geração de renda, mais uma vez vamos ver cafeicultores vendendo café abaixo dos custos de produção, recorrendo a financiamentos”, afirma Mesquita.    Leia a matéria completa na Edição Digital

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