Em comparação com janeiro de 2023, a cesta básica está R$ 19,45 mais cara (Maurício Vieria/Hoje em Dia)
Entre abril e maio, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos.
Em maio de 2023, o custo da cesta básica em Belo Horizonte foi de R$ 666,82, uma queda de -0,32% em relação ao mês anterior. Em comparação a maio de 2022, a cesta aumentou 2,10% e, nos cinco primeiros meses do ano, apresentou variação de -4,24%.
Entre abril e maio de 2023, oito produtos tiveram aumento nos preços médios: tomate (10,59%), açúcar cristal (6,51%), farinha de trigo (1,29%), manteiga (1,02%), leite integral (0,81%), banana (0,46%), pão francês (0,31%) e café em pó (0,12%).
Outros cinco bens apresentaram diminuição no preço médio: batata (-17,55%), óleo de soja (-11,23%), feijão carioquinha (-5,12%), arroz agulhinha (-1,05%) e carne bovina de primeira (-0,72%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em oito dos 13 produtos da cesta: tomate (24,21%), banana (18,08%), leite integral (16,76%), manteiga (10,50%), arroz agulhinha (7,08%), pão francês (6,52%), farinha de trigo (6,15%) e feijão carioquinha (1,26%).
Por sua vez, o açúcar cristal registrou o mesmo preço médio de um ano atrás, enquanto quatro dos 13 produtos registraram queda acumulada nesse período: óleo de soja (-39,90%), batata (-16,77%), café em pó (-11,56%) e carne bovina de primeira (-5,77%).
Em maio de 2023, o trabalhador de BH, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.320,00, precisou trabalhar 111 horas e 8 minutos para adquirir a cesta básica. Em abril, quando o piso era ainda de R$ 1.302,00, necessitou de 113 horas e 2
minutos. Em maio de 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212,00, foram demandadas 118 horas e 33 minutos.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em maio de 2023, 54,61% da remuneração de R$ 1.320,00 para adquirir a cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em abril, o percentual gasto foi de 55,55%. Já em maio de 2022, o trabalhador comprometia 58,26% da renda líquida.
Outras capitais
A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2022 e maio de 2023, mostrou que 14 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,98%, em Aracaju, e 7,03%, em Fortaleza. Outras três cidades apresentaram queda: Recife (-1,47%), Curitiba (-1,38%) e Florianópolis (-0,90%).
Nos cinco primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (6,28%), Belém (4,75%) e Salvador (4,14%). As quedas variaram entre -4,24%, em Belo Horizonte, e -0,40%, no Rio de
Janeiro.
Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve
ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em maio de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00. Em abril, o valor necessário era de R$ 6.676,11 e correspondeu a 5,13 vezes o piso mínimo, que era de R$ 1.302,00.
Em maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.
Cesta x salário mínimo
Com o aumento do salário mínimo de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00, em maio de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica diminuiu de 114 horas e 59 minutos, em abril, para 113 horas e 19 minutos, em maio. Na
comparação com maio de 2022, a jornada média foi de 120 horas e 52 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador
remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em maio de 2023, 55,68% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em abril, antes do reajuste do salário mínimo, o percentual da renda líquida comprometido foi de 56,51%. Em maio de 2022, o percentual era de 59,39%.
Comportamento dos preços dos produtos da cesta1
O preço do óleo de soja baixou em todas as capitais. Em 12 meses, o movimento foi de queda em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%). Houve redução do preço nacional e internacional da soja. A demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo.
O preço do açúcar refinado continuou em alta em 14 das 17 capitais. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,71%), Belo Horizonte (6,51%) e Brasília (4,89%).
O preço do tomate aumentou em 14 das 17 capitais, entre abril e maio, com destaque para as taxas de Vitória (12,75%), Belo Horizonte (10,59%) e Belém (9,90%).