O Bradesco pode fazer uma nova revisão para baixo do crescimento da carteira de crédito para este ano, caso o Produto Interno bruto (PIB) cresça abaixo dos 2%. Na apresentação de resultados do segundo trimestre, o banco anunciou que os empréstimos devem crescer de 11% a 15%, e não mais de 13% e 17% como estimado anteriormente.
"Essa é uma decisão (revisão para baixo do crescimento do crédito) que teremos lá na frente", disse Trabuco, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, após participar de reunião Apimec que o Bradesco promoveu em São Paulo para analistas e investidores.
Segundo Trabuco, a projeção atual de crescimento da carteira de crédito do Bradesco, de alta de 11% a 15%, está adequado ao nível atual da economia. Ele também ressaltou que o problema do baixo crédito está na demanda das empresas e da sociedade e não na oferta de recursos por parte dos bancos.
Apesar disso, ele espera que 2014 seja um ano melhor para a oferta de crédito com crescimento superior ao que será visto este ano. Ainda que o ritmo de expansão do crédito acelere no próximo ano, o presidente do Bradesco não vê os bancos privados reconquistando uma fatia maior nos empréstimos que hoje está nas mãos das instituições públicas que têm adotado uma postura anticíclica.
"Isso vai acontecer naturalmente", acrescentou Trabuco, destacando que a comparação entre o crescimento do crédito entre bancos públicos e privados não é possível uma vez que as instituições têm estrutura de funding diferentes.
Sobre o crédito à infraestrutura, afirmou que os recursos devem ser liberados em forma de consórcio, ou seja, com a participação dos bancos privados e dos públicos. O financiamento para os grandes projetos devem, inclusive, impulsionar a liberação de recursos em 2014 em meio a realização de leilões de rodovias, aeroportos etc.
No segundo trimestre, a carteira de crédito do Bradesco cresceu 10,3% em relação a igual período de 2012, somando R$ 402,517 bilhões.
Rating
O diretor de pesquisas e estudos macroeconômicos do Bradesco, Octavio de Barros, declarou que o Brasil tem condições de rever a situação, que leva as agências internacionais a discutir um possível rebaixamento do rating do País. "Ainda dá tempo de o Brasil reverter essa situação", avaliou, na reunião com analistas e investidores. Segundo ele, o Brasil precisa reduzir a falta de confiança e resolver questões referentes a empresas privadas.
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