Demanda externa ganha com depreciação do real, diz BC

Adriana Fernandes, Célia Froufe e Renata Veríssimo
30/09/2013 às 11:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:54

O Banco Central avalia que o cenário de maior crescimento global, principalmente de importantes parceiros do Brasil, e de depreciação do real torna a dinâmica da demanda externa mais favorável ao crescimento da economia doméstica.

Segundo o BC, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, como os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos e da forte inclinação da curva de juros em importantes economias maduras.

Para o BC, a volatilidade dos mercados financeiros tende a reagir à publicação de novos indicadores e ou a sinalizações feitas por autoridades que apontem para o início (ou sua iminência) do processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos.

Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o BC pondera que o ambiente nos mercados financeiros internacionais permanece complexo.

O BC alertou para o fato de que a influência do preço do petróleo sobre a inflação doméstica não se materializa apenas exclusivamente por intermédio do preço local da gasolina. Segundo o BC, também há influência via cadeia produtiva do setor petroquímico e pelo canal de expectativas de consumidores e de empresários.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira, 30 uma fonte relevante de risco para a inflação reside no comportamento das expectativas de inflação, impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente, pela dispersão de aumentos de preços e por incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e o de transportes urbanos.

O BC destaca que as compras de produtos externos tendem a contribuir para o arrefecimento das pressões inflacionárias domésticas por meio de dois canais. Em primeiro lugar, porque esses produtos competem com os produzidos domesticamente e, assim, impõem maior disciplina aos formadores de preços. Em segundo, porque as importações de bens reduzem a demanda nos mercados de insumos domésticos, contribuindo para o arrefecimento de pressões de custos e, por conseguinte, de seus eventuais repasses para os preços ao consumidor.

Para o BC, as pressões de custos de fatores não amparadas por ganhos de eficiência contribuem para reduzir a competitividade das empresas domésticas no mercado internacional de bens, em ambiente global no qual prevalece excesso historicamente elevado de capacidade ociosa.
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