DemoDay Minas faz a ponte entre startups para a próxima edição

Raul Mariano - Hoje em Dia
08/11/2014 às 08:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Mais de R$ 20 milhões devem ser investidos nas startups selecionadas para a próxima edição do DemoDay Minas. O projeto, desenvolvido pelo Programa Mineiro de Aceleração de Startups e Desenvolvimento do Ecossistema Empreendedor (Seed) vai colocar, pela segunda vez, empreendimentos inovadores em contato com investidores potenciais.   Na próxima quinta-feira, a partir das 9 horas, no Cine Theatro Brasil, Centro, em Belo Horizonte, 60 propostas de negócios inovadores, selecionadas de sete países e oito estados brasileiros, serão apresentadas ao público e aos investidores presentes. A meta é encontrar quem aposte as fichas em cada ideia e viabilize os projetos.    Para participarem do Seed, os projetos são avaliados levando em conta critérios como viabilidade técnica e econômica, modelo de negócio e potencial de impacto no ecossistema local. Selecionados, os projetos recebem apoio financeiro que pode variar entre R$ 68 mil e R$ 80 mil , de acordo com a quantidade de membros da equipe.   A procura pelo programa é crescente. Na primeira rodada, realizada em 2013, foram 1.367 inscrições de 32 países e 19 estados brasileiros. Na segunda rodada, o número de interessados subiu para 1.437, com startups vindas de 34 países e 21 estados brasileiros.    Para a gerente do Seed, Rejane Martins, a atratividade do programa está ligada, dentre outros fatores, aos espaços que ainda existem no mercado mineiro em relação a capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.   “Belo Horizonte está muito próxima do eixo Rio-São Paulo, mas com um custo de vida muito menor. Ao longo do programa, os empreendedores ainda são colocados em contato com investidores e muitas vezes conseguem financiar seus projetos antes do esperado”, comenta.     Ideias promissoras    A expectativa de êxito nos negócios fez com os empreendedores equatorianos Miguel Torres e Luiz Loaiza trouxessem seu negócio definitivamente para Belo Horizonte: o Shippify, um serviço gerenciador de logística que conecta uma comunidade de entregadores em todo território nacional baseado na economia compartilhada.    Em outras palavras, as entregas são feitas por pessoas comuns, que são remuneradas pelo serviços de acordo com cada ocasião. Há dois meses em funcionamento, a startup já realizou cerca de 250 entregas e acaba de receber um investimento de US$ 100 mil do programa Startup Brasil.   “Com a tecnologia do aplicativo, o preço da entrega é calculado de acordo com a distância e o tempo necessários.    O shipper (entregador) que aceita fazer a entrega recebe 80% do valor pago pelo cliente”, explica Miguel Torres.    Com a proposta, a empresa pretende expandir o sistema de entregas sem que seja necessário adquirir nenhum veículo.   O DemoDay vai receber, ainda, quatro startups do Chile, duas dos Estados Unidos, duas do México, além de uma da Hungria, Reino Unido e Argentina.    Entre as startups brasileiras, Minas lidera a lista com 13 selecionadas. Logo depois estão sete startups de São Paulo, duas de Alagoas e uma de Pernambuco, Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.   As inscrições para acompanhar o evento são gratuitas e podem ser feitas no link http://goo.gl/SdypCL.     Casamento tradicional, orçamento digital   Com a proposta de facilitar a vida das noivas na organização do casamento, o empreendedor paulista Renan Carvalheira criou o Agrid. Uma ferramenta on-line que reúne fornecedores de todos os produtos e serviços utilizados desde a cerimônia até a festa nupcial.   A ideia deu certo principalmente por permitir que todos os orçamentos relativos aos casamentos possam ser obtidos em poucos segundos. O que, na avaliação de Carvalheira, oferece um ganho de tempo muito grande para as noivas.   “O site funciona desde setembro de 2013 e já conta com um cadastro aproximado de 50 mil noivas. Temos cotações de preço buffet, decoração, iluminação e tudo mais que o casamento demandar”, explica o empreendedor.    Com quatro sócios atuando no projeto, a startup movimentou mais de R$ 1 milhão com a ferramenta no primeiro ano de funcionamento. Ao todo, cerca de 300 casamentos foram realizados e, diariamente, são feitos até 500 orçamentos.     Empreendedor faz escola com guia prático sobre inovação tecnológica   A simplicidade foi o grande pilar que transformou o projeto Descola, fundado em 2011, numa plataforma que hoje conta com mais de quatro mil alunos. A escola de cursos livres de inovação nasceu com o propósito de compartilhar conhecimento de forma prática e proveitosa.   Inspirado no tripé criatividade, negócios e tecnologia, o publicitário André Tanesi fundou, junto com quatro sócios, a plataforma que reúne cursos em formato de vídeo e também presencial.    Os temas são diversos e abordam conteúdos que vão desde dicas sobre mídias sociais para empresas até arquitetura de conteúdo. Tudo preparado para a rápida assimilação e ao preço máximo de R$ 99,00.    “Nós preparamos uma curadoria de temas, modelamos um curso pensado para a internet e disponibilizamos tudo em nossa plataforma. O aluno pode rever as videoaulas quantas vezes quiser, ter acesso a material complementar e participar de um grupo de discussão para sanar suas dúvidas depois”, explica Tanesi.    O tempo de duração de cada curso varia entre uma e duas horas e podem ser focados em empresas ou simplesmente em “pessoas curiosas e ansiosas em explorar o novo”.   Como os professores de cada curso são escolhidos mais pela paixão pelos temas do que propriamente seu perfil acadêmico ou profissional, a Descola pretende se transformar em um guia prático de atuação de mercado.      BH sedia o San Pedro Valley   Belo Horizonte possui mais de 200 startups. O termo faz referência a modelos de negócio repetível e escalável, ou seja, que possam ser produzidos novamente em quantidade ilimitada e crescer sem que isso influencie negativamente o negócio.   Em geral, o conceito está atrelado a ideias inovadoras, aparentemente arriscadas, que possuam baixo custo de manutenção e tenham perspectiva de lucros cada vez maiores. Na capital mineira, o bairro São Pedro foi apelidado de “San Pedro Valley” depois que sócios de startups locais começaram a se encontrar na região e a compararam ao Silicon Valley, ponto que concentra as maiores startups dos EUA.

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