(Frederico Haikal)
O desaquecimento do mercado interno é a nova dor de cabeça dos empresários mineiros. Pela primeira vez em 12 anos a elevada carga tributária deixou de liderar o ranking de problemas enfrentados pela indústria, dando lugar à demanda interna insuficiente, que foi considerada o maior empecilho para 43,6% dos empresários. Os dados são do Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais referente ao primeiro trimestre de 2015, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Além disso, o alto custo da matéria prima e da energia elétrica também estão na lista das preocupações. Apesar da queda de produção registrada no período, os estoques ainda não foram regulados, sendo que no primeiro bimestre de 2015 houve acúmulo indesejado de produtos. O índice medido em uma escala de 0 a 100 demonstrou que os estoques que estavam em 48,9 pontos em janeiro chegaram a 50,7 em fevereiro. Para o gerente de estudos econômicos da Fiemg, Guilherme Leão, o cenário deve impactar diretamente os níveis de emprego e nos caixas das empresas. “A tendência a partir de agora é a de que haja redução de produção para que os estoques das empresas sejam readequados. Se isso acontecer, as férias coletivas devem parar e as demissões devem começar”, avalia. De acordo com o levantamento, as perspectivas de contratações para os próximos seis meses continuam abaixo dos 50 pontos, considerados a média mínima para que o indicador se torne positivo. É o 15º mês consecutivo de diagnóstico negativo, sendo que as pequenas empresas – que ficaram com a média de 38,1 pontos em abril – são as que mais sentem o impacto da queda da demanda interna.