A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 23, que a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, que está tramitando no Congresso é uma "das coisas mais importantes para o País". Segundo ela, a lei vai melhorar uma das coisas essenciais, que é o custo Brasil. "No passado, o custo Brasil era o custo da insegurança que se tinha em relação a capacidade do Brasil de pagar sua dívida externa. Hoje, o custo Brasil é uma questão do aumento da nossa competitividade", afirmou a presidente, em conversa com os jornalistas após visitar a exposição "O olhar que ouve", de Carlinhos Brown, no Palácio do Planalto.
Segundo a presidente, é preciso melhorar as condições da nossa infraestrutura, porque o País está em uma trajetória de construção de um modelo de crescimento de longo prazo. "Este País precisa, no horizonte de dez a quinze anos, dobrar sua renda per capita. Para isso, precisa ter elevada taxa de investimento, para isso, as pessoas precisam consumir."
Dilma destacou ainda que o Congresso deve chegar a um consenso em relação a MP dos Portos. "A democracia pode ter seus defeitos, mas, entre todos os sistemas, é o único que sobrevive. Não é o mundo da posição única. Todas as questões podem ser debatidas e discutidas e você vai ter de chegar num consenso. Esta é a arte da democracia", disse ao ser questionada sobre a possibilidade de o Congresso derrubar a proposta do Executivo enviada na MP dos Portos.
O presidente da comissão mista que analisa a matéria e líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), afirmou que o relatório sobre a MP será votado "de qualquer jeito" nessa quarta-feira, 24. "O relator deve se manifestar até amanhã de manhã se fará adendo (ao parecer). Aí, retomamos às 14h30 e votamos de qualquer jeito essa matéria amanhã", afirmou Guimarães após debate entre os parlamentares sobre a organização da discussão e da votação da medida provisória.
Depois de passar pela comissão mista, a matéria ainda deve ser votada pelos plenários da Câmara e do Senado até o fim da validade da medida provisória, em 16 de maio. (colaboraram Laís Alegretti e Anne Warth)
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