BRASÍLIA - Em mais uma rodada de audiências com representantes da indústria, a presidente Dilma Rousseff voltou a demonstrar preocupação com gargalos de infraestrutura. Durante reunião de cerca de duas horas no Palácio do Planalto com o presidente-executivo do Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria Pesada), Rodolpho Tourinho, a presidente tratou de qualificação de mão de obra e financiamento ao setor privado -questões que têm sido tratadas pelo governo como cruciais, sobretudo após avaliações sobre o fraco desempenho da economia no ano passado.
"Este talvez tenha sido o ponto maior de conversa nossa com a presidente: como ampliar o financiamento do setor privado. Alguma coisa já foi feita há cerca de 15 dias quando o governo flexibilizou os fundos de investimentos com direitos creditórios. Nessa linha, de você atrair investimentos, investidores externos, em complemento ao financiamento do BNDES", disse Tourinho.
Segundo ele, o setor da construção pesada, com pleno emprego, precisa qualificar pessoas, o que, disse, foi tratado com preocupação pela presidente.
Tourinho relatou ainda não ter tratado com Dilma sobre crise energética e perigo de racionamento de energia. "Não estou preocupado com isso", disse. "Não podemos comparar 2013 a 2001. O que ocorreu em 2001 é que não tinha geração térmica e não se conseguiu fazer um programa emergencial."
A presidente deve se reunir ainda hoje com Bruno Lafont, presidente do grupo Lafarge, também da indústria pesada, em mais uma rodada de reuniões com empresários. Ontem, ela recebeu os presidentes da Vale e da Odebrecht no Planalto.