A presidente Dilma Rousseff encontra-se, na tarde desta quinta-feira, na Casa Rosada, em Buenos Aires, com sua colega argentina Cristina Kirchner. O principal assunto de interesse do Brasil é a questão comercial, já que as exportações brasileiras ao mercado do sócio sofreram queda de mais de 20% no ano passado e 3% no primeiro trimestre de 2013, segundo dados da própria agencia de estatísticas do governo argentino. O governo brasileiro vai questionar as denominadas Declarações Juramentadas Antecipadas de Importações (DJAI), que acabou com as licenças automáticas de importações.
Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, a presidente Dilma vai propor à Cristina a discussão e o avanço de cooperação bilateral em outras áreas como Ciência, Tecnologia e Inovação, Defesa e Educação. Cristina e Dilma vão passar todo o dia reunidas, primeiro a sós, depois com cada um dos ministros das respectivas áreas de discussão. A comitiva brasileira está formada pelos ministros de Relações Exteriores, Antonio Patriota; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; Comunicação Social, Helena Chagas; além do vice-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o assessor especial da área internacional do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, também está presente e é possível que a venda dos ativos da Petrobras Argentina seja um dos assuntos da pauta do encontro bilateral que começou com um atraso de quase duas horas.
A suspensão do projeto de US$ 5,9 bilhões para exploração de potássio da Vale, anunciado em março, também será outro tema sensível da agenda. A Argentina quer negociar o preço da concessão da mina, já que o Código de Mineração não permite a retomada unilateral da concessão antes de um prazo de 4 anos de abandono do projeto. Cristina e Dilma discutirão ainda sobre o financiamento de projetos de infraestrutura da Argentina com recursos do BNDES e participação das construtoras brasileiras: Odebrecht, Camargo Correa, OAS e Andrade Gutierrez.
As duas presidentes também vão conversar sobre temas regionais do Mercosul e da Unasul no contexto pós-eleitoral na Venezuela e no Paraguai, e do regresso desse último país aos dois blocos. O assunto será debatido na cúpula do Mercosul que será realizado em junho próximo, em Montevidéu. Além disso, Cristina e Dilma vão alinhar posição para desenhar a proposta do Mercosul que será apresentada em reunião no terceiro trimestre com a União Europeia.
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