Dois terços dos passageiros pagaram menos de R$ 300 para voar em 2011

Dimmi Amora - Folhapress
21/11/2012 às 19:36.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:29
 (José Cruz/ABr)

(José Cruz/ABr)

BRASÍLIA - A redução das tarifas aéreas ao longo dos últimos dez anos fez com que 65% dos passageiros pagassem menos de R$ 300 no ano passado para voar.

O dado foi apresentado nesta quarta-feira (21) pela  Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), durante seminário para discutir a primeira década de liberdade tarifária no setor aéreo.
 Segundo Cristian Vieira Reis, gerente de acompanhamento de mercado da agência, apenas 27% pagavam esse preço em 2002.

No ano passado, 16% dos passageiros pagaram menos de R$ 100 de tarifa. Em 2002, esse percentual foi menor que 1%.
 A queda ao longo dos anos das passagens aéreas é o principal argumento da agência para manter o regime de liberdade tarifária. Ao longo desses 10 anos, a tarifa média caiu 43%, passando de R$ 486 para R$ 276.

Mas o relatório aponta algumas distorções, principalmente na região norte do país. Menos de metade dos passageiros pagam até R$ 300 em viagens dessa região para a região centro-oeste. No caso do norte para o sudeste, o percentual não alcança 40%. Enquanto nos voos do sul para o sudeste, quase 95% dos passageiros pagaram até R$ 300.

Segundo o diretor da Anac, Marcelo Guaranys, mesmo nas áreas mais isoladas do país as tarifas hoje são mais baixas que antes de 2002, quando o regime tarifário era controlado pelo governo com preços mínimos sobre os quais as empresas eram proibidas de dar descontos. "Temos a certeza que muito mais passageiros estão pagando os preços mais baixos", afirmou Guaranys.

Danielle Crema, Superintendente de Regulação da Anac, disse que o aumento de tarifa registrados nos últimos meses pode ser causado por fatores sazonais e também por causa da adequação de oferta que as empresas aéreas estão realizado.

Conforme a Folha de S.Paulo mostrou há duas semanas, as empresas ônibus rodoviários registraram aumento no número de passageiros em seus itinerários que concorrem com aviões devido ao aumento de preços de passagens aéreas e a diminuição do número de voos. "Mas só será possível termos essas informações em mais tempo já que os números têm uma defasagem de um mês", disse Crema.

Representante da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear ), Adalberto Febeliano, defendeu que não sejam mudadas as regras atuais de remarcação de passagem. Segundo ele, as empresas cobram preços altos de remarcação para evitar que passageiros frequentes, que em geral podem pagar mais e compram as passagens mais próximo do dia do voo, comprem todos os assentos, não permitindo que passageiros que não podem pagar um valor alto viagem.

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