Dólar fecha em leve queda com aumento de emprego nos EUA

Folhapress
03/05/2013 às 20:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:23

SÃO PAULO - Após dados positivos do mercado de trabalho americano terem aumentado o otimismo entre os investidores e diminuído a procura por ativos considerados mais seguros, o dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, fechou em leve queda de 0,04% nesta sexta-feira (3), a R$ 2,009 na venda. O nível de emprego nos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em abril, levando a taxa de desemprego para uma mínima de quatro anos de 7,5%, o que pode ajudar a abrandar os temores de uma forte desaceleração na economia.

As folhas de pagamento excluindo o setor agrícola aumentaram em 165 mil empregos no mês passado, informou o Departamento do Trabalho. As folhas de pagamento de março subiram para 138 mil, 50 mil empregos a mais do que divulgado anteriormente, e a contagem de empregos de fevereiro foi revisada para cima, para 332 mil, o maior nível desde maio de 2010. A menor procura dos investidores por ativos considerados mais seguros, como o dólar, acaba forçando a queda da cotação da moeda. O dólar comercial, que é utilizado no comércio exterior, fechou estável em R$ 2,010 na venda.

Desconfiança

Mesmo tendo fechado no campo negativo, o dólar à vista apresentou oscilação entre perdas e ganhos hoje, reflexo de uma maior desconfiança dos investidores em relação às interferências do governo brasileiro em diversos segmentos da economia, de acordo com Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
 
"Parte dos recursos externos que deveriam vir para o Brasil está correndo para países como o México, que fez a lição de casa e sua economia está crescendo. Acho que muito disso reflete o medo do investidor estrangeiro com a série de interferências que o governo brasileiro está fazendo na economia", disse Galhardo.
 
Aumento no juro básico, corte de impostos e intervenções no câmbio, são alguns dos fatores que, segundo Galhardo, têm assustado os investidores. "O problema não está nas medidas, mas, sim, no ritmo em que elas estão sendo tomadas. O governo tem atuado constantemente em diversos segmentos da economia, o que deixa o mercado com a sensação de que há um certo descontrole", completou.

O gerente de câmbio avalia ainda que o fato de a produção industrial brasileira ter voltado a crescer em março, com leve alta de 0,7% na comparação livre de influências sazonais (típicas de cada período) com fevereiro, também acende um sinal amarelo entre o mercado. Para Galhardo, em meio ao clima de cautela, a tendência do dólar é se manter próximo de R$ 2. "O próprio ministro Mantega (Fazenda) já disse que esse é um nível aceitável para a moeda, o qual não prejudica a inflação".


 

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