Pelo menos até o Natal, o consumidor estará salvo dos aumentos de preços dos produtos importados em razão da alta do dólar. Empenhados em cumprir metas no melhor período de vendas do ano, a maioria dos lojistas pretende manter os preços dos importados.
Jogam a favor dessa tendência o mercado mais competitivo e o fato de as importações para o fim do ano terem sido feitas no primeiro semestre, quando o câmbio estava num nível menor do que o atual.
Na sexta-feira (23), o dólar fechou cotado a R$ 2,0830, depois de ter atingido R$ 2,1170 e o Banco Central ter feito um leilão de moeda estrangeira para baixar a cotação. Neste mês, o dólar já subiu 2,61%. No ano, 11,45%.
"A alta do dólar não vai ter impacto nos preços neste Natal", afirmou o diretor de Global Sourcing do Grupo Pão de Açúcar, Sandro Benelli. Ele conta que as importações da rede foram feitas com muita antecedência, quando a cotação do câmbio era mais baixa. As compras de itens não alimentícios, cujo preço é fechado com a cotação do dia do pedido, como brinquedos e enfeites, foram fechadas pela empresa um ano atrás.
No caso de alimentos, que poderiam ser afetados porque vale a cotação do dólar no dia do desembarque da mercadoria, a totalidade dos itens importados pelo grupo já está "em casa".
Gustavo Dedivitis, presidente da Associação Brasileira de Importadores, Produtores e Distribuidores de Bens de Consumo (Abcon), conta que os importadores reduziram as compras de Natal por causa da lentidão na liberação dos produtos, em razão da operação contra fraudes aduaneiras, do processo antidumping e do dólar mais caro.
Ele também não acredita que o aumento da cotação do dólar seja repassada para os preços ao consumidor. "Nossos importadores, que são tradicionais e não de ocasião, costumam usar hedge (seguro de câmbio) para que não exista aumento de preço no ponto de venda", disse o presidente da Abcon.
Já a Casa Santa Luzia, supermercado especializado em alimentos e bebidas sofisticadas, decidiu reajustar entre 3% a 5% os preços dos itens importados por causa do dólar mais alto. Jorge da Conceição Lopes, diretor comercial da empresa, calcula que, se os preços em dólar dos itens importados não tivessem registrado queda por causa da crise internacional, a alta dos preços em reais teria de ser muito maior, entre 10% 12%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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