O programa de resgate para o Chipre não representa um modelo para outros pacotes de ajuda financeira europeus, afirmou Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Draghi disse ter certeza de que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, foi mal interpretado quando a imprensa afirmou que ele sugeriu isso. "Deixem-me destacar que o Chipre não é um modelo", disse Draghi.
Segundo a autoridade, o resgate do Chipre mostrou que o BCE está pronto para agir dentro de seu mandato para preservar o euro e também indicou que a zona do euro se tornou mais resistente. "Nós estamos agora em posição para lidar com crises sérias sem torná-las existenciais ou sistêmicas", afirmou.
Com relação à decisão do BCE de cortar a linha de liquidez emergencial (ELA, na sigla em inglês) caso o Chipre não assinasse um acordo de resgate, Draghi disse que "quando o conselho diretor rejeitou a ELA, agiu dentro de seu mandato".
Draghi declarou que o BCE nunca apoiou os prejuízos para depositantes segurados do Chipre e que isso foi imposto por políticos cipriotas. "Isso não foi inteligente, para dizer o mínimo, e foi rapidamente corrigido em uma teleconferência do Eurogrupo", afirmou.
Embora o Chipre agora esteja enfrentando uma reestruturação por causa do resgate, o país teria de implementar boa parte das mesmas medidas se saísse da zona do euro, comentou Draghi. "O que estava errado com a economia do Chipre não melhoraria se eles saíssem do euro", afirmou. "A estabilização do orçamento fiscal e a reestruturação do sistema bancário seriam necessárias da mesma forma." As informações são da Market News International.
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