O crescimento em grandes economias em desenvolvimento, como a China, Brasil, Índia e Rússia, deve continuar a desacelerar durante os próximos meses, mas a expansão seguirá firme na maioria das economias desenvolvidas, de acordo com indicadores antecedentes de março divulgados nesta terça-feira, 13, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os indicadores antecedentes tem sugerido que um reequilíbrio do crescimento econômico global está em curso, com as grandes economias em desenvolvimento desempenhando um papel crucial menor do que nos anos após o início da crise financeira de 2008.
Mas, com o crescimento nas economias desenvolvidas ainda modesto e com a alta probabilidade de que continuará assim, uma nova desaceleração em grandes países em desenvolvimento ressalta preocupações sobre a força da economia global como um todo neste ano.
"Indicadores antecedentes compostos (CLI, na sigla em inglês)... apontam para um enfraquecimento do crescimento nas principais economias emergentes", disse a organização. "Para a OCDE como um todo, os CLIs apontam para um ímpeto constante de crescimento".
O crescimento econômico global se desacelerou ligeiramente nos últimos três meses do ano passado. A produção combinada de membros do G-20 - que juntos respondem por 90% da atividade global - teve crescimento de 0,8% em relação ao terceiro trimestre, uma desaceleração em relação ao avanço de 0,9% registrado nos três meses até setembro.
Isso ocorreu em parte devido à desaceleração significativa na Índia e na China. Dados de muitas economias ainda não estão disponíveis para o primeiro trimestre deste ano, mas aqueles que já foram publicados não apontam para uma forte recuperação. A economia dos EUA desacelerou acentuadamente em resposta ao clima severo do inverno, enquanto a economia da China cresceu no ritmo mais lento em 18 meses.
Os números das principais economias europeias serão publicados na quinta-feira e há expectativa de que mostrem uma ligeira aceleração do crescimento durante o primeiro trimestre, embora a comparação seja feita a partir de níveis muito baixos.
Com base nas informações relativas a março, os indicadores antecedentes de China, Brasil e Rússia caíram, enquanto o da Índia (97,7) manteve-se inalterado. Todas as quatro medidas ficaram abaixo de 100,00. O do Brasil caiu de 98,5 em março para 98,4, enquanto na China o indicador passou de 98,9 para 98,8. O indicador da Rússia caiu de 99,4 para 99,2.
O indicador antecedente para os 34 membros da OCDE permaneceu inalterada em 100,6 e ficou estável para os EUA (100,4), Reino Unido (101,0), Canadá (99,8), Alemanha (100,8) e França (100,4). No entanto, dado para a Itália aumentou e agora aponta para uma "mudança positiva do ímpeto", passando de 101,3 para 101,5. Isso empurrou para cima a leitura para a zona euro como um todo, que também sinaliza uma recuperação do crescimento, com alta para 101,2, de 101,1.
Os indicadores antecedentes da OCDE visam fornecer sinais iniciais de pontos de viragem entre a expansão e desaceleração da atividade econômica e são baseados em uma ampla variedade de dados, que têm um histórico de sinalização de mudanças na atividade econômica. Fonte: Dow Jones Newswires.
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