(Divulgação Bovespa)
As ações da Eletrobrás despencaram na segunda-feira (19) mais uma vez, fechando o pregão da BM&FBovespa com a maior queda do Ibovespa: 15,43% para as preferenciais (sem direito a voto e com maior liquidez), seguida pelo recuo de 13,40% das ordinárias.
Nos últimos três pregões, a ação preferencial perdeu um terço (28,96%) de seu valor de mercado. A ação preferencial encerrou o pregão de ontem na mínima do dia, cotada a R$ 9,81 - o mais baixo valor desde agosto de 2005.
Na semana passada, a empresa anunciou que terá perda de receita de R$ 9,629 bilhões em 2013 em suas operações de geração e transmissão com a renovação das concessões, o que corresponde a cerca de 47% do total previsto para o ano.
Diante de um cenário tão nebuloso, o Barclays rebaixou a recomendação para as ações da empresa elétrica. O banco reduziu o preço-alvo de 12 meses para R$ 1, tanto para as ações ordinárias quanto para as preferenciais. A estimativa anterior era de R$ 20 e R$ 29, respectivamente.
Projeção
A revisão leva em conta as condições desfavoráveis para a renovação das concessões e o plano da estatal de aceitar a proposta governamental de prorrogação dos contratos. Além disso, a empresa não vai pagar dividendos no fechamento de 2012 se o resultado financeiro no ano for negativo e ultrapassar a reserva de lucros, disse o diretor Financeiro, Armando Casado de Araújo.
O diretor-financeiro da Eletrobrás não só confirmou as estimativas do mercado, como destacou que a geração de caixa em 2013 deverá ser nula. A corrosão da reserva de lucro ainda neste ano será uma resposta contábil imediata da desvalorização dos ativos, imposta pelo governo. Ainda assim, a mensagem de Casado ao mercado financeiro foi de otimismo: "os investimentos estão mantidos". "A Eletrobrás não vai parar nunca de investir. Como pensar em usina na Amazônia sem a Eletrobrás, que conhece tudo lá? Quem tem esse conhecimento somos nós", disse.
Para dar conta do posto de principal investidor no setor elétrico, a Eletrobrás vai recorrer a financiamentos, tendo o Tesouro Nacional como garantidor. Não é previsto aporte direto da União. A empresa espera reforçar o caixa com a indenizações de investimentos realizados em manutenção, não previstos na MP 579, informou Casado. A compensação é esperada para a próxima revisão tarifária, ainda sem data para ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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