(José Cruz)
Nos últimos 12 meses, 18 mil trabalhadores saíram da informalidade em Belo Horizonte. E os rendimentos das pessoas que continuaram a trabalhar sem carteira assinada aumentou. Em setembro, o número de trabalhadores informais na cidade era de 121 mil, contra 139 mil no mesmo mês do ano passado, uma queda de 12,9%. Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Fundação João Pinheiro (FJP). Na mesma comparação, o rendimento médio mensal dos trabalhadores informais aumentou 35,5% na mesma comparação. Passou de R$ 984 em setembro do ano passado para R$ 1.333 no mês retrasado. A categoria dos trabalhadores informais foi a que registrou as mudanças mais significativas dentro da PED. O índice geral de desemprego apresentou pequeno aumento, passando de 6,9% em agosto para 7,2% em setembro. Segundo os coordenadores da pesquisa, a evolução deve ser considerada como estabilidade, já que não existe indicativo de tendência. Já o número dos trabalhadores com carteira assinada aumentou 2,4%, alcançando 1,183 milhão de pessoas em setembro último. O salário médio desses trabalhadores também aumentou, mas menos que os trabalhadores informais. Na mesma comparação, passou de R$ 1.375 para R$ 1.478, aumento de 7,5%. Regularização De acordo com o coordenador técnico de pesquisas da Fundação João Pinheiro, Plínio Campos, a redução do número de trabalhadores informais reflete o aumento da oferta de empregos com carteira assinada, “o que é positivo”. Já o aumento dos rendimentos dos informais é explicada pelo fato dessa migração para o emprego formal atingir, principalmente, os trabalhadores de menor rendimento. “Quem tem rendimento mais alto permanece sem assinar a carteira, por receio de não conseguir ganhos compatíveis no mercado formal”, disse Campos. O publicitário Vinícius Vihred, de 25 anos, já trabalhou em três empresas e em apenas uma delas com carteira assinada. Para ele, a opção entre os dois tipos de contratação depende das pretensões do trabalhador. “Trabalhar com carteira assinada é ótimo, pelos benefícios, por garantir uma aposentadoria, entre outros pontos positivos. No entanto, acho que ela prende o profissional ao lugar. Quando se trabalha por contrato, a flexibilidade de horário é maior, a possibilidade de trabalhar em mais de uma empresa também é grande e, consequentemente, de ganhar mais”, afirmou. Cai número de domésticas Além dos autônomos, outro grupo que apresentou forte redução no número de integrantes foi o de empregados domésticos. A queda nesse grupo foi de 6,3% na comparação entre setembro último e setembro do ano passado. De acordo com a PED, nove mil pessoas deixaram o emprego doméstico nesse período. O número total de empregados domésticos em setembro desde ano era de 135 mil em Belo Horizonte.