Empresa Toyo-Setal assume obra da planta de amônia em Minas Gerais

Depois de três tentativas frustradas de licitação para a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados V (Planta de Amônia), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em função do sobrepreço das propostas, a Petrobras bateu o martelo com a Toyo-Setal, joint venture entre a brasileira SOG Óleo e Gás e a japonesa Toyo Engineering Corporation.

A empresa, segundo informações da prefeitura de Uberaba, apresentou a melhor proposta para contratação direta e deve iniciar as obras em breve. “Certamente no primeiro semestre deste ano”, afirma o prefeito da cidade, Paulo Piau. O valor do contrato não foi informado. A Petrobras não se manifestou sobre o assunto.

Antes da contratação direta, o orçamento estimado para construção da fábrica era de R$ 2,3 bilhões. A expectativa é a de que até abril de 2016 toda a planta esteja pronta, para começar a operar em novembro do mesmo ano. A terraplanagem do terreno, que possui um milhão de metros quadrados, já foi concluída.

Durante as obras, 4,7 mil empregos serão gerados. Segundo o prefeito de Uberaba, Paulo Piau, foi solicitado que seja utilizada mão de obra local. Devido à automatização da fábrica, após o término das obras 270 postos de trabalho serão criados.

“Esta semana tivemos a primeira reunião mensal com os técnicos da Petrobras, que estão focados no projeto da planta. A reunião ocorreu aqui em Uberaba e a próxima já está marcada para o dia 13 de fevereiro”, afirma. Ainda segundo o prefeito, um estudo para que as empresas da região possam ser utilizadas como fornecedoras da Toyo-Setal está em andamento.

A indústria terá capacidade para produzir 519 mil toneladas por ano e consumirá 1.257 mil metros cúbicos de gás natural por dia. O gás, aliás, é combustível para a produção da amônia, substância usada como matéria-prima de um fertilizante que contém fósforo e nitrogênio.

Esse tipo de composto químico é usado, principalmente, nas culturas de milho, cana- de-açúcar, café, algodão e laranja, importantes produtos da balança comercial mineira.

A expectativa é a de que o empreendimento seja suficiente para suprir a demanda da substância no país, o quarto maior importador de fertilizantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

Gasoduto

Para abastecer a fábrica com gás natural, o governo de Minas Gerais vai investir R$ 1,8 bilhão na construção de um gasoduto, que ligará Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Uberaba. Com 457 quilômetros de extensão, o ramal vai seguir o traçado da BR-262. A previsão é a de que as obras comecem no segundo semestre deste ano.