Empresas depredadas durante protestos em BH têm lenta recuperação

Passados 12 dias da última e mais violenta depredação de concessionárias e lojas nas manifestações que aconteceram nas imediações do estádio do Mineirão, empresários ainda contabilizam prejuízos e juntam os cacos – literalmente – para dar a volta por cima.

Proprietário da Esmig Escadas, na Avenida Antônio Carlos, Élio Oliveira fala até em demissão. “Desde o protesto, as vendas no balcão caíram a quase zero. Seguramos a produção na fábrica, mas vai ser inevitável demitir”, lamenta.

No endereço desde 2009, a Esmig perdeu quase tudo. Telefones, seis computadores, dois servidores e mais de R$ 2 mil em dinheiro foram roubados.

Um automóvel avaliado em R$ 140 mil, que estava na garagem, portas de vidro e pelo menos 21 escadas foram destruídos. “Ficamos do dia 27 de junho até o dia 5 deste mês sem faturar nada”, relata o empresário, que também perdeu o sono e a vontade de comer. A nova porta da frente, agora de aço e comprada por R$ 17 mil, deve ser instalada nos próximos dias.

Na vizinhança, o Supermercado das Portas e Janelas até hoje não recolocou as portas de vidro estilhaçadas. “Com receio de que aconteça de novo, optamos pelas grades, pelo menos por enquanto”, diz o gerente Carlos Roberto Rodrigues.

Foram cerca de R$ 30 mil de prejuízo, fora as comissões dos três funcionários que despencaram junto com as vendas. No mês, a queda no movimento é de 70%. “Afetou a vida de todos nós”, queixa-se Rodrigues.

Junho se tornoue o pior mês da Placas Toledo desde 2007, quando o sócio Fábio Mascarenhas assumiu a parte financeira da unidade da Avenida Antônio Carlos. E julho vai pelo mesmo caminho. “Nem no auge das crises do país foi pior. Está um desastre”, afirma. O drama é semelhante na Dunas Piscinas, que teve o escritório atacado e destruído.

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