Empresas empreendedoras desaceleram contratações e reduzem salários, revela IBGE

Daniela Amorim
12/12/2014 às 11:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:21

As companhias empreendedoras mantiveram sua participação entre as empresas ativas no País, mas desaceleraram o ritmo de contratações e reduziram os salários, segundo as Estatísticas de Empreendedorismo 2012 divulgadas nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na pesquisa, as empresas de alto crescimento são aquelas que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados por um período de três anos consecutivos e tinham pelo menos 10 pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Em 2012, o País tinha 35.206 empresas consideradas de alto crescimento, acima das 34.528 registradas em 2011. No entanto, essas empresas empreendedoras ainda equivaliam a 0,8% do total de companhias ativas na economia, mesmo montante registrado no ano anterior. Elas também respondiam por 7,6% do total de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, contra uma fatia de 7,7% em 2011.

No triênio de 2010 a 2012, as empresas empreendedoras apresentaram um crescimento médio de pessoal ocupado de 167,8%, o equivalente à geração de 3,3 milhões novos postos de trabalho, ou 58,3% das vagas criadas pelo conjunto de empresas ativas com ao menos uma pessoa ocupada assalariada no período.

No entanto, nos triênios anteriores, a taxa de crescimento de empregados era de aproximadamente 175,5%, o equivalente a uma queda de 7,6 ponto porcentual no triênio encerrado em 2012.

Houve ainda uma redução no salário médio mensal, de 2,7 salários mínimos em 2010 e 2011 para 2,5 salários mínimos em 2012. Entre as empresas de alto crescimento, destacam-se por pagar salários médios mensais acima da média os setores eletricidade e gás (8,2 salários mínimos); indústrias extrativas (7,4 salários mínimos); e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,9 salários mínimos).

A publicação traz ainda informações sobre os setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Atividades Intensivas em Conhecimento (AIC) pela primeira vez.

Em 2012, das 38.003 empresas dos setores AIC, 3.411 (9,0%) eram empresas de alto crescimento. Entre as 1.809 empresas dos setores TIC, 182 (10,1%) eram empreendedoras. Das 6.635 empresas que pertenciam simultaneamente aos setores AIC e TIC, 845 (12,7%) eram de alto crescimento.

Grande porte

As empresas de grande porte reduziram sua participação entre as companhias de alto crescimento. A fatia de companhias nessas condições com 250 empregados ou mais caiu de 9,6% em 2011 para 9,4% em 2012.

Mas o Brasil ainda tem mais empresas de grande porte entre as empreendedoras do que qualquer país pesquisado, segundo o IBGE. Por outro lado, as empresas de menor porte, com 10 a 49 empregados, aumentaram sua participação, de 51,5% em 2011 para 51,7% em 2012.

A idade média das empresas de alto crescimento no ano da pesquisa era de 13,8 anos. Mas as "companhias gazelas", com até três anos de idade no ano inicial de observação, elevaram sua representatividade em relação às empresas de alto crescimento, de 12,4% em 2011 para 13,3% em 2012. No último ano, as gazelas somavam 4.671 empresas.

O IBGE notou ainda que, entre as empresas de alto crescimento existentes em 2009 (30.935 no total), 12.747 (41,2%) continuaram a crescer a 20% em 2010, 5.502 (17,8%) mantiveram esse crescimento em 2011 e, 2,5% (781) ainda em 2012. Essas empresas, chamadas de alto crescimento total contínuo, ocupavam 554.594 pessoas assalariadas e pagavam R$ 14,0 bilhões em salários e outras remunerações em 2012.
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