(Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)
A participação dos investimentos no Produto Interno Bruto (PIB) do país deve voltar a subir neste ano, porém o sentimento na iniciativa privada ainda não é de otimismo.
O curto prazo para entrega de obras previstas para a Copa do Mundo de 2014 e do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deve resultar em maior desembolso das companhias, o que acarretará melhoras em alguns indicadores de desempenho econômico. Essa necessidade de investimento, no entanto, mascarará o real sentimento da iniciativa privada, que ainda não enxerga ambiente seguro para novos projetos ou retomada de planos engavetados.
Expectativa ruim
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) projeta que a Formação Bruta de Capital de Fixo (indicador de investimentos) registre variação positiva de 4,6% neste ano. Mas ressalta que esse movimento acontecerá após a queda de 3,7% em 2012 (até o terceiro trimestre) e que, para os anos seguintes, o sentimento de incerteza cresce.
Economistas e representantes da iniciativa privada usam frases como “confiar desconfiando” e “otimismo moderado” para tentar traduzir o que passa na cabeça dos executivos de grandes companhias.
“No curto prazo, a expectativa é ruim, uma vez que o crescimento econômico deve ser pequeno. Outra questão é que o governo direciona benefícios para setores específicos e, de forma geral, não há ambiente para investimentos”, diz o professor de economia e finanças da Faculdade Ibmec, Eduardo Coutinho.
Para o gerente de estudos econômicos da Fiemg, Guilherme Leão, a queda dos juros e a inflação controlada criam um clima melhor para investimentos em 2013, que teoricamente também deveriam ser alavancados a partir dos pacotes do governo de redução do preço da energia, desoneração de encargos trabalhistas e pelo crédito farto. No entanto, pesquisa realizada pela Fiemg revelou que a expectativa dos empresários para a economia nos próximos seis meses atingiu, em dezembro, o pior patamar no ano.
O presidente do Sindicato da Indústria Mecânica de Minas Gerais (Sindimec), Petrônio Machado Zica, observa que, embora o governo tenha tomado medidas acertadas, a demanda não justifica investimentos, além de no longo prazo existir uma incerteza quanto à atuação do governo.
“O governo toma medidas que são temporárias, como as desonerações. Um investimento traça um cenário para os próximos anos, e não sabemos se nos próximos anos essas decisões estarão em vigência”, diz.
Leia mais na Edição Digital. Clique aqui!